terça-feira, 15 de julho de 2008

Deputado (PSD-MS) Waldir Neves recusa propostas para assumir secretarias

O deputado Waldir Neves (PSDB) recusou proposta feita pelo governador André Puccinelli (PMDB) para assumir um cargo no governo estadual.

Segundo a assessoria do deputado, durante reunião na última sexta-feira, Puccinelli teria convidado o parlamentar a assumir a Secretaria de Meio Ambiente ou uma nova pasta, a Secretaria de Assuntos Estratégicos, ainda a ser criada.

A estratégia, para garantir vaga extra ao PMDB na Câmara, com a saída de Neves, foi antecipada em maio pela coluna Jogo Aberto, do Campo Grande News.

Após formalizado o convite, de pronto Waldir recusou a proposta, apesar de se comprometer a apresentar o pedido à Executiva do PSDB de Mato Grosso do Sul.

Em nota divulgada à imprensa, a assessoria tucana relata ainda que, após a negativa, Puccinelli teria chamado o suplente de Neves, Marçal Filho (PMDB), para comunicar que não houve avanço na negociação que abriria uma vaga na Câmara Federal.

Na manhã de hoje, Neves esteve com o presidente do PSDB no Estado, deputado Reinaldo Azambuja, com o presidente do Diretório Municipal de Campo Grande, vereador Cristovão Silveira, e com a 1ª vice-presidente da Executiva Nacional do PSDB, senadora Marisa Serrano.

Dos companheiros de partido, o deputado recebeu apoio e reafirmou a rejeição à proposta feita pelo governo estadual. "Por unanimidade, concordaram que este não é o momento para Waldir assumir uma secretaria estadual. Todos entendem que é de extrema importância a atuação do deputado nas campanhas pelo interior do estado", segue a nota da assessoria.

"Acredito que, assim, podemos colocar um ponto final nessa história e seguir nossos caminhos, sem deixar quaisquer dúvidas sobre minha conduta e postura como deputado federal", comentou o deputado por meio de sua assessoria.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Não atrase, por favor (Sebastião Nery - Tribuna da Imprensa)

BELO HORIZONTE - Fialho Pacheco era repórter de polícia do "Estado de Minas", aqui em Belo Horizonte, anos atrás. Escrevia bem e gostava de transformar os fatos mais duros do noticiário policial em textos literários, densos e tensos.

Uma tarde, um homem saltou para a morte do 22º andar do edifício Acaiaca, em plena Avenida Afonso Pena, no Centro da cidade, acima de nossa saudosa Faculdade de Filosofia da UFMG, que funcionava no 20º e no 21º andar. Fialho escreveu um texto longo, dolorido, espremendo ao máximo a tragédia. O homem havia perdido tudo, emprego, mulher, filhos e amigos. Desesperou-se e pulou. O jornal deu a matéria com grande destaque, manchete e fotos.
Fialho

No dia seguinte, de manhã, tocou o telefone na redação, chamando Fialho:

- Que beleza de coisas o senhor escreveu, seu Fialho. E não deve ter exagerado nada. Estou vivendo a mesma situação. Também perdi meu emprego, minha mulher me abandonou, meus filhos foram com ela, meus amigos não querem saber mais de mim, não tenho dinheiro para nada. Como ele, também vou me matar.
- Que maravilha! Também vai pular? De onde? E que hora vai ser?

O homem explicou tudo. Fialho ficou na maior empolgação:

- Então, está tudo combinado. Vou levar um fotógrafo para não perder nada. Na hora certa, estarei lá com ele. Mas, por favor, não atrase, ouviu? Não atrase!
O homem não atrasou. Pulou para a morte na hora marcada. Sem atraso nenhum. Fialho viu, fotografou tudo. E escreveu um texto sangrado, desesperado.
Aécio

O governador Aécio Neves está vivendo uma armadilha de Fialho Pacheco. Inimigos, adversários, correligionários espertos e falsos amigos estão todos querendo que ele salte para uma grande aventura, incerta e não sabida. Querem que saia do PSDB, entre para o PMDB e seja candidato a presidente da República, com apoio de Lula, do PT e da partidalha que compõe a base do governo.

Acontece que ninguém lhe garante nada. Aecio sabe que o avô Tancredo perdeu o governo de Minas para Magalhães Pinto em 1960 certo de que era o candidato de Juscelino presidente. E não era. Em 60, saindo do governo, Juscelino já era candidato a presidente em 65 e não pensava em mais nada, só nele.

Aécio também aprendeu que o destino é fugaz. Estava tudo combinado que na manhã de dia 15 de março de 85 Tancredo assumiria a Presidência da República. E na madrugada de 15 de março Tancredo já não ia mais assumir a presidência.
PSDB e PT

Para executar a "Operação PMDB", Aécio precisaria de um mínimo de certezas:

1 - Deixar assegurada a retaguarda do PSDB para alguma necessidade de recuo. Ora, o PSDB é um feudo paulista, de paulistas, para paulistas. Se o projeto dele trombar com o de algum tucano paulista, pode sentar-se à beira do caminho e chorar.

2 - O apoio de Lula é outro salto para a morte. Lula só apóia Lula. Qualquer acordo com Lula tem que ser resto de um compromisso para apoiar Lula em 2014. Lula quer lançar Dilma em 2010 porque, para Lula, Dilma seria um Lott de saias.

3 - Aécio esperar o apoio do PT é o mesmo que esperar que José Dirceu deixasse os milhões do Mensalão com Roberto Jefferson e não com Delubio Soares.

Lula só tem força no PT para assegurar o apoio do PT para ele, quando e se for candidato. Para qualquer outro apoio do PT, quem manda no PT é José Dirceu. Lula tentou que o PT apoiasse o acordo Aécio-Pimentel em Minas e Dirceu vetou. Assim como o PSDB, o PT também é um partido paulista, de paulistas, para paulistas.
Camaleões e bloquinho

4 - Os partidos que viraram camaleões para se salvarem na enxurrada do Mensalão (o PTB de Roberto Jefferson, o PP de Maluf, o PR de Waldemar da Costa Neto, o PRB do "bispo" Macedo e os partidecos) ou são apenas paulistas ou existem nos estados como escritórios de representação de uma matriz paulista. Enquanto Lula for o editor do "Diario Oficial", fazem o que Lula mandar.

5 - O chamado "bloquinho" de pequenos partidos "de esquerda" (PSB, PDT, PC do B, PV etc.), que apóiam Lula e "por isso apoiariam Aécio", é um punhado de banquinhas de camelô vendendo DVDs e CDs piratas. Não têm nenhum compromisso com o que existe lá dentro, gravado em seus programas políticos. Cada "amostra de partido" desses (os camaleões, os do bloquinho etc.) vai ficar em 2010 com os candidatos melhor cotados na Bolsa de Futuro das eleições.
PMDB

6 - E o mais grave: um pulo de Aécio para o PMDB seria um salto para a morte. Em alguns raros Estados o PMDB ainda existe como partido de fato. Mas, em termos nacionais, como partido nacional, o PMDB é uma miragem de romance de Paulo Coelho em um deserto onde nem areia restou. O PMDB não é. Já foi.

Bastou correr a notícia de que Lula o havia convidado para em 2010 ser candidato do PMDB, dele e do PT, Aécio recebeu dois recados arrogantes e atrevidos de Newton Cardoso, que controla o PMDB de Minas, e de Garotinho, presidente da maior fatia do PMDB do Rio, para se preparar para uma campanha devastadora.

Sem o PMDB de Minas e o do Rio, e já se sabe que também sem o PMDB de São Paulo (Quércia) e do Paraná (Requião), como Aécio disputaria uma convenção?
Itamar

No "Globo", o vidente Jorge Bastos Moreno diz que "há muito mistério envolvendo o ostracismo político do ex-presidente Itamar Franco. Estaria agora dedicado só ao amor e muito decepcionado com os políticos, como Lula e Aecio". Não há mistério nenhum, Moreno. Itamar, como sempre, está na contramão. Está em Juiz de Fora fazendo a campanha para prefeito de Custodio Matos, o candidato do PSDB, contra Tarcisio Delgado, veterano líder e candidato do PMDB.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Senador Delcídio Amaral pede prudência do governo no debate sobre pré-sal na Bacia de Santos

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Tão logo foi feito o anúncio da descoberta de óleo leve na camada pré-sal da Bacia de Santos (SP), o debate sobre como se deve operar essa nova reserva já se intensifica dentro do governo. O senador Delcídio Amaral (PT-MS) defendeu hoje (3) prudência nesse debate. Para ele, pessoas que não conhecem o setor têm dado declarações que podem, inclusive, comprometer os investimentos privados no setor.

O pré-sal localiza-se a cerca de cinco a seis mil metros abaixo do nível do mar, sob a camada de rocha. A recém-descoberta da Petrobrás pode envolver uma reserva de óleo, que vai do Espírito Santo a Santa Catarina.

Além de complexo, o petista ressaltou que a definição do modelo de exploração do pré-sal leva, no mínimo, três anos para ser definido. “A Inglaterra levou 10 anos para definir o seu marco regulatório para o petróleo”, exemplificou. Ele ressaltou, ainda, que existem rodadas de leilões em andamento para exploração de reservas, que podem ser atropelados por esse debate.

Para o parlamentar, “é uma loucura” se falar sobre a criação de uma nova estatal de petróleo sem que o país tenha definido que modelo pretende adotar para a exploração do setor. A defesa de uma nova estatal para cuidar das novas descobertas de campos de petróleo foi feita, na semana passada, pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Delcídio Amaral, que foi diretor de Petróleo e Gás da Petrobrás no governo Fernando Henrique Cardoso, defende que o modelo deve ser definido pelo Executivo e, a partir daí, o Congresso deve estabelecer o debate.

“Esse é um assunto sério. A indústria do petróleo é uma indústria sofisticada, complexa, com muitos interesses”, argumenta o parlamentar da base governista. Ele acrescenta que cabe à Casa Civil da Presidência da República, em conjunto com os ministérios ligados ao setor, avaliar e definir os desafios tecnológicos para exploração do petróleo na camada pré-sal e, fundamentalmente, a participação do combustível fóssil no modelo de matriz energética que se pretende para o país.

A precipitação do debate sobre o pré-sal, de acordo com o senador do PT, já estaria causando problemas federativos na medida em que influi, também, nos cofres estaduais ao envolver a questão dos royalties recebidos pelos estados. “É o típico caso em que, ao invés do cachorro balançar o rabo, o rabo é quem está balançando o cachorro”, ironizou o parlamentar, ao comentar as opiniões que vêm sendo manifestadas, segundo ele, por quem não conhece o funcionamento do setor.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Partidos protagonizam “vale tudo” em alianças no Mato Grosso do Sul

“Vale, vale tudo”. A música de Tim Maia pode figurar como hit nas eleições municipais de cinco de outubro em Mato Grosso do Sul.

Um dia após terminar o prazo para as convenções partidárias, as coligações no Estado desenham um quadro incoerente se comparado à distribuição dos partidos em âmbito nacional.

O mesmo eleitor, que vê o DEM e o PSDB fazendo oposição ao presidente petista Lula, verá os partidos dividindo palanque e discurso em pelo menos sete cidades: Ponta Porã, Rio Brilhante, Jaraguari, Fátima do Sul, Inocência, Camapuã, Laguna Carapã e Bodoquena.

“Aliança com PMDB, de maneira geral, já acontece no projeto nacional. Mas com o DEM e o PSDB acho que tem problema, por fazerem forte oposição ao nosso governo”, reconhece o presidente regional do PT, deputado estadual Amarildo Cruz.

Contudo, ele observa que as alianças foram questões pontuais, atendendo a realidade de cada município. Com exceção de Ponta Porã, a coligação nas demais cidades foi autorizada pelo diretório regional.

“Por ser cabeça de rede na relação do horário eleitoral gratuito, a direção nacional vai analisar o apoio ao PSDB em Ponta Porã”, relata.

Na cidade, os tucanos buscam a reeleição do prefeito Flávio Kayatt.

Em Camapuã, a parceria é entre DEM e PT, que dividem a chapa “Ordem é Progresso”.

A coligação, formada ainda por PR, PDT, PPS, PP, PTdoB, PSC e PRB, é liderada pelo candidato do DEM Marcelo Pimentel Duailibi. A vice coube ao PR.

De acordo com Amarildo Cruz, as coligações são para fortalecer o PT.

Aline Santos - Campo Grande News

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terça-feira, 1 de julho de 2008

Após missa, FHC chora e diz que sua família é "imensamente grata" ao carinho do povo

MARCELO GUTIERRES
colaboração para a Folha Online

Muito emocionado e chorando, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta terça-feira, após a missa de sétimo dia da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que sua família é "imensamente grata" ao carinho do povo.

"Eu não puder ler o que se escreveu sobre ela, mas sei que foi muita coisa. Nós sentimos o carinho do povo. Nossa família é imensamente grata. Infelizmente não posso dar um abraço e um beijo em cada um daqueles que se dirigiram calorosamente a Ruth. Eu não direi nada sobre ela, eu não posso e o Brasil entende", disse FHC.

A missa foi realizada na capela do Colégio Sion, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, e contou com as presenças do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), do prefeito Gilberto Kassab (DEM), do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), da vereadora Soninha Francine (PPS-SP), do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), entre outros.

Durante a missa, Serra citou um poema de Manuel Bandeira: "A Mário de Andrade ausente". "Eu vou sentir a sua falta, vou procurar por você e achar que você foi numa reunião na Cidade Tiradentes ou está com os netos em um sítio em Ibiúna", afirmou o tucano.

Ruth Cardoso morreu às 20h40 da última terça-feira, em sua casa, no bairro de Higienópolis. Segundo nota médica, a ex-primeira-dama, 77, foi vítima de arritmia grave decorrente de doença coronariana. Ela estava conversando com o filho Paulo Henrique quando passou mal. FHC não estava em casa.

O corpo de Ruth Cardoso foi enterrado na quinta-feira, por volta das 10h30, no cemitério da Consolação, em São Paulo. O velório ocorreu na Sala São Paulo, na região central da cidade.

Carreira

Nascida em 19 de setembro de 1930 na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, Ruth Correa Leite Cardoso foi professora de Antropologia e Ciência Política na USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) em São Paulo.

Bacharel em ciências sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, a ex-primeira-dama se casou em 1953 com Fernando Henrique, com quem teve três filhos.

Em 1972, recebeu o título de doutora em Antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Anos depois, concluiu pós-doutorado na Universidade de Columbia em Nova York e também foi professora em universidades americanas e inglesas.

Durante o mandato de FHC (1995-2002), dona Ruth fundou o projeto Comunidade Solidária em 1995, uma ação de combate a pobreza e a exclusão social. Atualmente, fazia parte do conselho diretor da Oscip (organização da sociedade civil de interesse público) Comunitas, criada para para dar continuidade aos projetos do Comunidade Solidária.

Entre seus cargos de destaque, presidiu o conselho assessor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre Mulher e Desenvolvimento, foi membro da junta diretiva da UN Foundation e da Comissão da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre as Dimensões Sociais da Globalização e da Comissão sobre a Globalização.

Tornou-se uma das das principais referências sobre antropologia no país, tendo escrito diversos livros sobre temas relacionados, como juventude, violência e cidadania