quarta-feira, 30 de junho de 2010

ANÁLISE-DEM emplaca vice de Serra e sai vitorioso (Danuza Peixoto)

Por Natuza Nery



BRASÍLIA (Reuters) - O Democratas ganhou nesta quarta-feira uma vitória importante ao emplacar a vice do candidato do PSDB à Presidência, José Serra.



O partido, que havia sido preterido da chapa nacional até a véspera, tornou-se peça-chave na coligação após uma crise quase ter derrubado as pontes com o PSDB, que decidira pela chapa puro sangue na figura do senador Alvaro Dias (PR).



Foi Serra quem definiu o critério da nova dobradinha: queria um jovem a seu lado. Pinçou da cartola o nome de Índio da Costa, deputado federal em seu primeiro mandato e relator do projeto Ficha Limpa na Câmara.



O processo não foi rápido, exigiu reunião nesta madrugada com quatro horas de duração e outra nesta quarta, que consumiu mais três. O ex-governador Aécio Neves participou de parte da reunião da madrugada. Mais de seis nomes foram analisados para compor a chapa.



"A escolha foi uma decisão do Serra", disse o deputado Felipe Maia (DEM-RN). "O acordo (de indicar a vice) está sendo cumprido. Tenho certeza de que a crise foi superada."



A opção Alvaro Dias desmoronou já na véspera assim que a notícia de que seu irmão, o senador Osmar Dias (PDT-PR), havia decidido subir no palanque da adversária, a candidata do PT, Dilma Rousseff. A indicação gerou uma séria crise política no casamento Demo-tucano. O primeiro reclamava o posto e acusou o parceiro de não ter sido consultado.



Com a escolha do democrata, José Serra acertou três alvos: fortaleceu seu palanque no terceiro maior colégio eleitoral do país; jogou água no litígio com o DEM e deu um passo importante em busca do eleitorado jovem.



Apesar do acerto desta tarde, a candidatura de Serra sofreu um grande desgaste neste processo, sobretudo num momento em que as pesquisas já apontavam a liderança de Dilma.



"O mérito da escolha é de José Serra. O martelo foi batido hoje de manhã", contou o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), por muito tempo um dos nomes mais fortes para compor a aliança presidencial.



O presidente do Democratas, Rodrigo Maia (RJ), foi quem conduziu as negociações e telefonou convidando o correligionário e conterrâneo. Se o vice tivesse sido um tucano, Maia amargaria uma derrota que questionaria seu papel de líder partidário.



Optou por chancelar Índio da Costa, um político forjado pelas mãos do seu pai, o ex-prefeito César Maia, mas com quem rompeu em 2008.



Naquele ano, Índio queria ser candidato a prefeito do Rio. Considerou-se preterido pelos Maia, que acabaram nomeando a democrata Solange Amaral para concorrer à vaga.



Em política, porém, costuma predominar o pragmatismo, contou sorrindo uma integrante democrata para explicar o aval de seu presidente.



Antes de saber que posaria na foto ao lado de Serra, mas com a possibilidade já real naquele momento, Índio da Costa confidenciou à Reuters: "É como você sair de casa para ir ao cinema e descobrir que está no teatro".



(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Candidato a governador é assassinado no nordeste do México (Danuza Peixoto)

Cidade Victoria (México), 28 jun (EFE).- O político Rodolfo Torre Cantù, candidato a governador de Tamaulipas, no México, pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI), foi assassinado hoje junto a outras quatro pessoas quando se dirigia ao aeroporto de Ciudad Victoria.



O incidente ocorreu na estrada que une Ciudad Victoria, no nordeste do país, a Soto la Marina, perto do aeroporto. Os dois carros em que viajava a comitiva do candidato foram atacados a tiros.



O candidato e vários colaboradores estavam a caminho do aeroporto Pedro J. Méndez, para viajar para a cidade de Matamoros, onde ele participaria de uma série de atos de fechamento de campanha frente às eleições estaduais que serão realizadas no próximo domingo.



Cantú, que era médico de profissão, casado e tinha 46 anos, liderava a candidatura da aliança Todos Tamaulipas, formada pelo PRI, pelo Partido Verde e pelo Partido Nova Aliança.



Depois da confirmação do assassinato, o ministro de Governo mexicano, Fernando Gómez Mont, anunciou que fará declarações à imprensa às 12h30 locais (14h30, no horário de Brasília).

domingo, 27 de junho de 2010

Convenção do PDT: Em clima de festa, reúne 3 mil militantes em Campo Grande/MS (Coronel Paim)



Midiamax News
Liziane Berrocal

A convenção do PDT que aconteceu na manhã e parte da tarde de hoje na Associação Nipo Brasileira foi permeada de definições políticas, muito barulho da militância e um fato histórico para a política de Mato Grosso do Sul.

Cerca de 3 mil pessoas compareceram ao evento que uniu lideranças do PDT, PT, PV e PP. Durante a convenção, postulantes da Câmara Federal e Assembleia Legislativa aproveitaram o microfone para discursos que eram limitados a três minutos, nunca respeitado pela maioria dos candidatos.

João Leite Shimidth, presidente de honra do partido direcionou o evento que durou até às 13h30. “Estamos fazendo uma festa da democracia”, disse.

Dagoberto quase não conseguiu iniciar sua fala, devido a bateria de fogos que marcou o início de seu discurso.

O candidato ao senado, Dagoberto Nogueira, enfatizou mais uma vez que a palavra mais gritante dessa campanha será a democracia e criticou o autoritarismo do governador André Puccinelli (PMDB).

Discursando junto à esposa e filha, o deputado federal aproveitou para desabafar os problemas enfrentados por seu partido anteriormente. “As pessoas que diziam que o PDT não ia sobreviver, que achavam que éramos um partido feito por 3 ou 4 pessoas se enganou e a prova está com a presença da nossa militância aqui hoje”, bradou emocionado.

Dagoberto também anunciou que além do nome da professora Gilda dos Santos (PT) na primeira suplência, foi escolhido o nome de Raimundo Nonato do PP para candidato a segunda suplência em sua chapa.convenção do PDT

quarta-feira, 23 de junho de 2010

PTB pode expulsar quem não apóia André(Pastora Simone Paim)



Paulo Fernandes

João Garrigó


Ivan Louzada diz que quem discordar do partido deve se retirar
O presidente regional do PTB, Ivan Louzada, afirmou nesta quarta-feira que prefeitos, vices e vereadores que apoiarem        Ivan Louzada diz que quem discordar do partido deve se retirar candidatos adversários poderão ser expulsos do partido.
A declaração foi feita após o PTB oficializar apoio a reeleição do governador André Puccinelli (PMDB).
“O PT só tem uma porta. Entra e sai quem quer. Com 70% dos convencionais decidimos apoiar o atual governador. Cem por cento do PTB estão com André Puccinelli. Quem estiver contra é porque não é PTB”, afirmou. “Se eu não estou satisfeito com a sala ou a cozinha, eu saio e vou para o quarto. É o que eles deveriam fazer”, acrescentou.
Ivan Louzada diz que os donos de mandato eletivo que trabalharem contra os candidatos apoiados pelo PTB terão os nomes levados ao Conselho de Ética, para a abertura do processo de expulsão.
Uma voz destoante no PTB tem sido a do suplente de senador Antonio João Hugo Rodrigues, que demonstra claramente o apoio ao ex-governador Zeca do PT. Ivan Louzada disse que ontem conversou com Antonio João e mostrou que a melhor alternativa para o partido é a aliança com André Puccinelli.
De acordo com Louzada, Antônio João poderá ser candidato a suplente de senador ou a deputado federal ou estadual na aliança com o governador.
Senado – O PTB não decidiu quem irá apoiar ao Senado. Ivan Louzada disse que até o fim do mês o partido irá escolher um ou dois nomes entre três: Waldemir Moka (PMDB), Murilo Zauith (DEM) ou Delcídio do Amaral (PT).
No caso de Delcídio, o apoio seria informal, atendendo a um pedido do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que sente gratidão pelo senador pela atuação quando o petista foi relator da CPI dos Correios. Na opinião de Jefferson, Delcídio sempre deu espaço para ele se defender.
O apoio formal é vedado pela Justiça Eleitoral já que Delcídio fará parte da chapa encabeçada pelo ex-governador Zeca do PT.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lula sobrevoa áreas atingidas por enchentes em PE e AL nesta quinta (Danuza Peixoto)

Ivan Richard

Da Agência Brasil
 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sobrevoar as áreas atingidas por enchentes nos estados de Pernambuco e Alagoas na quinta-feira (24). O presidente cancelou uma viagem que faria ao Rio de Janeiro para ir às localidades afetadas pelas chuvas.



A previsão é de que Lula faça um sobrevoo de helicóptero às cidades pernambucanas atingidas pelas enchentes durante a manhã. Ele vai aos municípios alagoanos na tarde do mesmo dia.



As autoridades de Pernambuco e Alagoas informaram hoje que chegou a 41 o número de mortos em decorrência das chuvas nos dois estados. Também aumentou de 21 para 35 as cidades alagoanas em situação de emergência ou calamidade pública.



Nos municípios pernambucanos, o número de cidades em situação de emergência subiu de 35 para 39. As informações são de boletins divulgados hoje (22) pela Defesa Civil dos dois Estados

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dilma Rousseff nega que Reajuste da Aposentadoria teve fins Eleitorais(Pastora Simone Paim)

Sem comentários O tempo é o senhor da razão, já dizia algum sábio por aí, mundo afora, certamente há muito tempo. Durante inúmeras semanas, a perder de vista, cogitou-se aumento de 7,72% aos aposentados com ganhos superiores a um salário mínimo (R$ 510), intento votado pela Câmara dos Deputados no início de maio e sancionado por Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, no último dia 15.
Dilma Rousseff (PT), ex-ministra da Casa Civil, então inteiramente ligada à figura de Lula, afirmou na última quinta-feira, 17 de junho, que a decisão do líder do país não foi em decorrência de fatores eleitorais, como muitos têm presumido desde que a aprovação foi confirmada. De acordo com ela, conforme notícia apregoada pelo portal de economia UOL, os fatores decisivos foram a preservação do crescimento do Brasil, na finalidade de garantir o equilíbrio macroeconômico, e sua própria sensibilidade social.
Parece que Dilma se esquivou de uma resposta mais direta, pois Lula teve inúmeras recomendações de sua equipe financeira para vetar o aumento. Além disso, o próprio presidente propagou, nas entrelinhas, que um duplo veto em final de mandato (o primeiro foi relacionado ao fim do fator previdenciário) poderia arranhar sua imagem, então voltada, parcialmente, à eleição de Dilma.

Por Luiz Felipe T. Erdei

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Brasil aposta em mercado interno e comércio Sul-Sul para desenvolvimento (Danuza Peixoto)

GENEBRA, 14 Jun 2010 (AFP) -O Brasil valoriza o fortalecimento do mercado interno e o comércio Sul-Sul para avançar no desenvolvimento, disse nesta segunda-feira em Genebra o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em discurso na Conferência Internacional do Trabalho (OIT).



"A receita, a fórmula, para o crescimento dos países em desenvolvimento deve passar pelo comércio Sul-Sul e pelo mercado interno", resumiu Amorim à AFP, após o pronunciamento na assembleia anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT).



"Não sei se inspira no Brasil", disse Amorim à AFP, aludindo ao presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, que pensa da mesma forma que ele.



"O Brasil comercializa hoje mais com outros países em desenvolvimento do que com países ricos", havia indicado Amorim, afirmando que Europa e Estados Unidos deixaram de ser seus principais sócios comerciais.



"Durante décadas, as palavras (...) do neoliberalismo prevalecente se resumiam em (...) liberalização, privatização e desregulamentação. Em contrapartida, havia um Estado débil, incapaz e promover o desenvolvimento e de proteger os mais vulneráveis. As políticas do governo do presidente Lula combatem efetivamente esse mito", sustentou Amorim ante a conferência da OIT.



"Os trabalhadores não são apenas promotores da justiça social, mas também instrumentos de correção dos desequilíbrios da globalização", afirmou o ministro.



"O Brasil não tem uma visão egoísta do desenvolvimento. Acreditamos que o progresso é fruto da construção coletiva", garantiu Amorim.



"Não se trata apenas de emprestar ou dar dinheiro, mas sim de transferir conhecimento", disse.



"O valor da cooperação recebida é muito maior que o preço da cooperação prestada porque cria oportunidades de desenvolvimento humano com enorme efeito multiplicador", estimou.



"A cooperação internacional é um importante instrumento de transformação de realidades. As ações de solidariedade confirmam que a indiferença diante do conflito e da pobreza não é aceitável. Não é preciso ser rico para ser solidário", disse o ministro.



"O Brasil tem sua própria visão da cooperação internacional. Quer contribuir com um novo paradigma. Não acredita em uma dicotomia entre países doadores e países receptores. Antes, preconiza relações de associação para o desenvolvimento que sejam horizontais e livre de condicionamentos", explicou.



"O Brasil continua disposto a colocar sua parte na construção de uma ordem internacional mais representativa e democrática, que confira aos países em desenvolvimento um papel de acordo com sua importância", explicou o ministro.



Acrescentou que seu país "escolheu o diálogo, as soluções negociadas e a diplomacia como forma de resolver os conflitos. Paz, cooperação solidária e comércio justo serão o novo nome do desenvolvimento", concluiu Amorim ante os delegados da OIT.

domingo, 13 de junho de 2010

'Dilma, prepare-se. A candidata vai ser você!'

Coube a Márcio Thomaz Bastos, em 2007, avisar à então ministra da Casa Civil que era ela a escolhida de Lula para disputar a sucessão. Começou aí a operação para construir sua imagem
Vera Rosa / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, durante a Convenção do PMDB

Ávida por descobrir o que o futuro lhe reserva, Dilma Rousseff quer encomendar um mapa astral e tenta de todo jeito saber a hora exata de seu nascimento, ausente da certidão. Depois de infrutíferas entrevistas na família, a candidata do PT à Presidência mandou buscar a informação no arquivo do hospital São Lucas, de Belo Horizonte. Não encontrou a resposta até agora, mas a persistência em busca do horário perdido revela o quanto rejeita o veredicto "impossível".

"Também isso foi há 62 anos, não é?", justifica ela, não muito resignada. "Minha mãe diz que eu nasci antes da meia noite e minha tia, que foi um pouco depois. Como é que eu vou saber? O que sei é que sou sagitariana."

Nascida em 14 de dezembro de 1947, a mineira Dilma tem mais essa "semelhança" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pernambucano, dois anos mais velho do que ela. Lula nunca soube a hora de seu nascimento. Nem mesmo o dia. A mãe contava que era 27 de outubro, mas o menino foi registrado pelo pai como sendo do dia 6. Para o presidente, a conjunção dos astros conspirou a seu favor por "pura sorte".

Seis e 27 de outubro foram as datas dos dois turnos da eleição de 2002, quando Lula chegou pela primeira vez ao Palácio do Planalto, derrotando José Serra (PSDB), hoje adversário de Dilma. Quatro anos depois, reeleito após atravessar uma sucessão de crises e quase ser apeado do poder com o escândalo do mensalão, em 2005, ele encasquetou com Dilma, a ministra da Casa Civil.

Começou ali, na transição do primeiro para o segundo mandato, o planejamento do que parecia impossível: a construção da candidatura de Dilma, uma cristã nova no PT. Com os herdeiros naturais abatidos por escândalos e a cúpula do PT dizimada, Lula tomou uma decisão solitária sobre o seu espólio. Apenas o círculo mais íntimo de auxiliares percebia os sinais emitidos por ele.

No fim de 2006, o Palácio do Planalto abrigou várias reuniões reservadas para a discussão dos rumos do novo governo. "Eu sempre tive medo de que o segundo mandato caísse na mesmice", revelou Lula ao Estado.

Gerente da equipe, Dilma teve papel destacado nesses debates, com ênfase em desenvolvimento, distribuição de renda e educação. Nos encontros, com a participação de um seleto grupo de ministros, foram gestados o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançados em 2007.

"Antes de deixar o governo, em março daquele ano, eu avisei: "Dilma, se prepare que a candidata em 2010 vai ser você!"", conta o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. "Ela respondeu: "Imagine, não posso! O meu trabalho é muito absorvente.""

Com recursos de R$ 503,9 bilhões em sua primeira edição, o PAC logo se transformaria no carro-chefe da campanha petista. Lula, porém, estava longe de falar com a titular da Casa Civil sobre o assunto.

"Um dia, caminhando com ele até a sua sala, ouvi a seguinte frase: "Estou pensando cada vez mais sério em fazer a Dilminha candidata"", descreve Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência. "Levei um susto."

O publicitário João Santana, responsável pelo marketing político de Lula na campanha de 2006, foi escalado para dar consultoria à ministra da Casa Civil no ano seguinte. "Se a gente trabalhar direito, elege a Dilma", dizia o presidente.

Conhecida por seus métodos pouco ortodoxos de treinamento, que incluem até arte marcial japonesa, a jornalista Olga Curado também foi recrutada para preparar Dilma antes de entrevistas, palestras e debates.

Na primeira pesquisa feita pelo PT, em 2007, ela apareceu com 3% das intenções de voto. A lista dos ministros mais conhecidos do governo era encabeçada pelo cantor Gilberto Gil, da Cultura. Dilma estava lá embaixo. Desânimo geral.

Foi duro o trabalho para transformar a técnica sisuda na candidata sorridente que terá o nome homologado hoje, em convenção do PT. Filha de pai búlgaro e mãe mineira, com sobrenome de difícil pronúncia, Dilma começou a ser chamada de "Vilma do Chefe" em 2008, quando Lula passou a levá-la a tiracolo nos palanques. A simbiose foi comemorada pelo comando da campanha.

Pesquisas encomendadas por Santana mostraram que a imagem de Dilma tinha de ser cada vez mais associada à de Lula, um presidente popular, e aos programas sociais do governo, como o Bolsa Família e o Luz para Todos. Assim foi feito. "A força inicial do lançamento é determinante para saber a altura do voo", argumentava o marqueteiro. Pilar dessa estratégia, o programa Minha Casa, Minha Vida, de 2009, foi planejado sob medida para a eleição.

"Essa história de dizer que Dilma é técnica embute uma tentativa de desqualificá-la", afirma o advogado Carlos Franklin Paixão de Araújo, seu ex-marido e companheiro em organizações de extrema esquerda, como a Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares), no fim dos anos 60 e início dos 70. "Então uma pessoa que é presa aos 22 anos, torturada, sai da prisão e ajuda a organizar um partido, o PDT, é técnica? Ela sempre foi política."

O PT prepara antídotos para combater o ataque à participação de Dilma em grupos que pregavam a luta armada. Além da vinculação de sua biografia à do líder sul-africano Nelson Mandela, pacifista, a ideia é apresentá-la como uma espécie de heroína do movimento contra a ditadura, uma mulher que sempre defendeu a democracia. "Dilma nunca deu um tiro", reforça Araújo, pai de sua única filha, Paula (33 anos), a quem ela chama, até hoje, de "meu bebê".

O tiro de Lula, porém, deixou muita gente boquiaberta. Na noite de 30 de outubro de 2007, ao voltar de Zurique, ele fez um diagnóstico sobre a própria sucessão. "São Paulo não vai eleger o próximo presidente nem que a vaca tussa", previu, em conversa no avião com o ministro Orlando Silva (Esporte) e Marta Suplicy, então titular do Turismo. Era uma terça-feira e a comitiva retornava da viagem de apresentação da candidatura do Brasil à sede da Copa de 2014.

O argumento de Lula, que àquela altura já vislumbrava a candidatura de Serra, era um só: São Paulo se portava como locomotiva "divorciada" do Brasil. Na sua avaliação, um candidato paulista não agregaria tanto apoio quanto a desconhecida Dilma.

Ela entrou no governo em 2003 pelas mãos de Antônio Palocci, hoje um dos principais coordenadores de sua campanha. Ex-secretária de Energia do governo Olívio Dutra (PT), foi convidada por Palocci a integrar a equipe de transição. Egressa do PDT de Leonel Brizola, tinha menos de um ano de filiação ao PT.

Sem papas na língua, ela logo comprou briga com Luiz Pinguelli Rosa e Ildo Sauer, os dois pesos-pesados que preparavam o programa do PT para um novo modelo energético, mas encantou Lula. Foi assim que virou ministra de Minas e Energia, desbancando o PMDB.

José Dirceu, então presidente do PT, negociava a entrada do PMDB no governo, mas foi logo avisado de que aquela vaga seria de Dilma. "Essa moça conseguiu conter a crise de energia no Rio Grande do Sul. O ministério está reservado para ela, não vai para indicação política", esbravejou Lula.

A poucos dias de assumir a Casa Civil, Dirceu foi obrigado a desfazer um acordo fechado com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), hoje candidato a vice na chapa de Dilma. "Eu só fui conhecê-la muito tempo depois", diz Temer.

Dirceu e Palocci disputavam os rumos do governo. O ministro da Casa Civil caiu com o escândalo do mensalão, em 2005. Cinco meses depois, em novembro, teve o mandato de deputado cassado pela Câmara. "Quando sobreveio a crise e a queda do Zé, o presidente logo falou: "Eu tenho um nome"", lembra Carvalho. "Era a Dilma."

Sob intenso cerco político, o governo precisava mostrar resultados rápidos para reagir ao terremoto. Com fama de durona, Dilma se encaixou no figurino idealizado por Lula. Não tinha litígios políticos nem almejava o poder.

Nas palavras do presidente, "era de uma dedicação a toda prova". Ficava até altas horas no Planalto e de manhã integrava o grupo que batia ponto às 8 horas para monitorar as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).

No auge da crise, auxiliares mais próximos de Lula chegaram a sugerir a ele, em reunião no Palácio da Alvorada, que não concorresse à reeleição. Era a saída para acalmar os adversários do PSDB e do DEM, que, assim, dariam uma trégua ao governo. Dilma foi contra a ideia.

Lula chegou a convidar Palocci, em julho, para ser o candidato do PT em 2006, sob o argumento de que não queria um segundo mandato. "Não existe essa hipótese. Você vai ser candidato", devolveu o ministro da Fazenda. Mesmo antes da queda de Dirceu, o nome preferido do presidente para a sua sucessão sempre foi o de Palocci.

Furioso ao saber que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia pregado sua renúncia à disputa como forma de restaurar a ética no País, Lula não se conteve. Entre um e outro palavrão, disse que não apenas entraria de novo no páreo como venceria a peleja. "Essa gente não conhece minha ligação com o povo", reagiu.

Implacável nas cobranças, Dilma ganhou a confiança do chefe. Os gritos da ministra, famosos no Planalto, não assustavam Lula. Não eram raros aqueles que deixavam a sala dela, no quarto andar, para reclamar no gabinete dele, no terceiro. Palocci figurou nessa lista.

Em novembro de 2005, o ministro da Fazenda se queixou porque Dilma - chamada por ele de "a tia" - classificou o ajuste fiscal de longo prazo como "rudimentar", numa entrevista ao Estado. Para Dilma, o efeito do corte de gastos, com os juros altos, era o mesmo que "enxugar gelo".

Reconduzido ao poder, Lula ainda acalentava o sonho de fazer Palocci o sucessor, agora em 2010. Foi obrigado a desistir do plano em março de 2006. Envolvido em acusações de quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, reveladas pelo Estado, o homem forte da Fazenda caiu.

Sem os dois generais do primeiro mandato, Lula se antecipou em três anos às previsíveis cotoveladas entre as correntes do PT para a indicação de seu herdeiro no inventário e passou a testar Dilma. Soltava o nome vez por outra, como balão de ensaio. Não foi só Gilberto Carvalho quem tomou susto.

O PMDB torcia o nariz para a ministra. "Achávamos que ela era muito técnica, muito dura", resume o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). As divergências aumentavam na temporada de negociação dos cargos cobiçados pelo PMDB.

Eram 17 horas de uma segunda-feira, em janeiro de 2008, quando um bambolê cor de rosa aterrissou no Planalto. Comprado por R$ 1,99, o "presente" foi despachado por Alves para o gabinete de Dilma. "Foi a forma que encontramos de dizer que ela precisava ter mais jogo de cintura", admite Alves.

Nas fileiras do PT e do PSB, os muxoxos sobre a preferência de Lula também se fizeram ouvir. "Ela não tem militância nem vínculo partidário", bradou Tarso Genro, à época ministro da Justiça, com a autoridade de quem conhecia Dilma desde o Rio Grande do Sul. "É um grave erro político o lançamento de um único candidato da base aliada", protestou o deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Sem contar Tarso e Ciro, que não escondiam a intenção de concorrer à cadeira de Lula, várias alas do PT também já se assanhavam.

Dirigentes da tendência Construindo um Novo Brasil - como foi rebatizado o antigo Campo Majoritário, grupo de Lula - punham na roda o nome do ministro do Desenvolvimento Social, o mineiro Patrus Ananias. Discípulos de Marta achavam que, se ela saísse vitoriosa da eleição para a Prefeitura, em 2008, poderia assumir a tarefa. Não emplacou.

Patrus comandava o Bolsa-Família, a grande aposta do governo, mas, na opinião do presidente, tinha "personalidade tímida", característica vista como problema para uma campanha plebiscitária contra o PSDB. Além de não ser da corrente de Lula, Tarso causava receio por seu estilo polêmico.

Ainda em 2007, na manhã de 8 de novembro, outro sinal dado por Lula não deixou dúvidas de que Dilma era a favorita. A bordo do avião que conduzia a comitiva de ministros ao Rio, o presidente só ali contou aos passageiros o motivo da viagem: a Petrobrás havia descoberto um "bilhete premiado", a camada de pré-sal.

E quem faria o anúncio da boa nova? Dilma Rousseff, a candidata.

"A descoberta do pré-sal não podia vazar, por causa das ações da Petrobrás", atesta o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Além de Dilma e Bernardo, formavam a comitiva os ministros Guido Mantega (Fazenda), Nelson Hübner (Minas e Energia), Franklin Martins (Comunicação Social), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia).

Dias depois, ao cruzar com Dilma nos corredores do Planalto, Clara Ant abriu um sorriso. "Dilma, você é o nosso pré-sal!", exclamou a assessora de Lula.

A transformação de Dilma, no entanto, começou a aparecer apenas em meados de 2008, ano de eleições municipais. Com miopia de oito graus, ela trocou os pesados óculos por lentes de contato, contratou um "ghost writer" para pôr uma pitada social em seus discursos cheios de números e subiu em palanques de candidatos às prefeituras.

Perto do Natal de 2008, Dilma fez uma plástica no rosto que suavizou as olheiras e a fisionomia. Retomou as atividades após as festas de fim de ano com novo visual. Sua exposição no balanço do PAC foi mais objetiva, com tempo cronometrado, resultado do treinamento com João Santana.

A falta do convite oficial de Lula, porém, virou piada nas reuniões semanais da coordenação de governo. "A essa altura, ele já falava com todo mundo sobre a candidatura, menos com ela", recorda Carvalho.

O baque veio em abril do ano passado, quando Dilma descobriu que estava com câncer no sistema linfático. A notícia da doença vazou 24 horas depois de Lula ser informado por ela e Franklin Martins sobre o assunto. O presidente, ministros e dirigentes do PT conversaram com médicos. Todos garantiram que a chance de cura era alta, já que o tumor fora detectado em estágio inicial. "Vá lá e dê uma entrevista. Esclareça tudo, se não vão pensar que estamos escondendo as coisas", recomendou Lula.

Sentada ao redor de uma mesa no restaurante italiano Magari, no Itaim Bibi, Dilma almoçou com Thomaz Bastos e Martins, após a entrevista no Hospital Sírio Libanês. Pediu salada e nhoque com cordeiro. O tema da conversa era a campanha.

"Falamos sobre a importância de organizar um grupo de confiança, para discutir política com ela", relata Thomaz Bastos, hoje consultor jurídico do comitê petista. "Em nenhum momento a doença foi posta como fator impeditivo." Amigo de Dilma, o ex-ministro passou a integrar esse núcleo, ao lado de Martins, Carvalho, Palocci, do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e do então presidente do PT, Ricardo Berzoini. As reuniões, sempre às terças-feiras, fazem parte da rotina até hoje, com novos integrantes.

Lula abortou as especulações sobre um Plano B para substituir Dilma. Em São Bernardo do Campo (SP), porém, dirigentes do PT chegaram a se reunir duas vezes para examinar alternativas, caso ela não pudesse levar adiante a candidatura. Nos encontros foi sugerido o nome do recém-eleito prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT). O presidente desautorizou a articulação.

Foi somente depois que Dilma terminou o tratamento de quimioterapia para combater o câncer, em julho, que Lula teve uma conversa séria com ela sobre a montagem do comando de campanha. "Chegou a hora de trabalhar mais profissionalmente", avisou. "Você chama o Pimentel que eu chamo o Palocci."

Em 16 de setembro, o presidente organizou um jantar para ela, no Palácio da Alvorada. Convidou Pimentel, Palocci, Carvalho, Martins, Berzoini e Santana. "Bom, Dilma, agora é oficial. Eu vou falar na frente deles o que me cobraram todos esses anos. Você está sendo escolhida a nossa candidata", disse Lula, provocando gargalhadas.

Um segundo jantar no Alvorada, já com o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, eleito em novembro, sacramentou a estratégia. A portas fechadas, a cúpula do partido avaliava que era necessário correr riscos, mesmo levando multas por campanha eleitoral antecipada, para tornar Dilma conhecida.

Até agora, Lula já tomou cinco multas, aplicadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que somam R$ 37,5 mil. A punição foi calculada, mas ninguém imaginava um novo dossiê no meio do caminho.

Depois da trapalhada produzida por um "bando de aloprados", como Lula definiu o grupo de petistas que tentou comprar um dossiê contra tucanos, em 2006, outra rede de intrigas envolve a campanha do PT.

Suspeitas de espionagem contra Serra, fogo amigo e disputas de poder rondam o comitê de Dilma. Com a alegação de que é vítima de "armadilha", o PT desafiou o rival para a briga na Justiça.

Disposta a afastar o mau olhado, a candidata exibe, no pulso esquerdo, uma pulseira de ouro com olho grego, presente da primeira-dama da Bahia, Fátima Mendonça. Reza a lenda que se trata de poderoso talismã para combater a inveja e dar proteção.

Enquanto não faz o mapa astral, Dilma recorre à superstição "na medida certa", como diz. Ela não crê em bruxas, "pero que las hay, las hay".

domingo, 6 de junho de 2010

Dedo em riste, falando alto, Adib Jatene diz a Paulo Skaf: “No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós corcordaremos com o fim da CPMF"

De postagens anteriores:

LUIZ ANTONIO MAGALHÃES

Em jantar finérrimo, Adib Jatene derruba chavões, defende a CPMF e exige que os ricos paguem impostos e deixem de hipocrisia e salafrarice.
OBRIGADO, DOUTOR
LUIZ ANTONIO MAGALHÃES

REPUBLICAMOS PARA RELEMBRAR, POIS O CPMF PRECISA VOLTAR


O que vai abaixo é o texto semanal do autor do blog para o Correio da Cidadania. Em primeira mão para os leitores do Entrelinhas.
Há certas pessoas que se tornaram verdadeiras unanimidades nacionais no Brasil. Adib Domingos Jatene, médico cardiologista e ex-ministro da Saúde, é uma delas. É difícil, muito difícil mesmo, achar alguém que fale mal do doutor. Primeiro, porque Jatene é um homem que salvou e salva vidas. Muitas vidas. Inventou uma técnica cirúrgica de correção de transposição dos grandes vasos da base do coração, conhecida hoje como Operação de Jatene, que tem sido empregada mundo afora com sucesso. Segundo, porque este médico nascido em Xapuri, no Acre, é um incansável defensor do sistema público de saúde, um militante da medicina social e não aquele tipo que trata apenas a parcela da população que pode pagar caro pelo privilégio de receber um atendimento de “primeiro mundo”, como gosta de dizer.
Sim, Adib Jatene é uma unanimidade nacional e talvez por isto pode fazer o que fez durante um jantar chique na capital paulista, conforme relato da jornalista Mônica Bergamo na edição de terça-feira da Folha de S. Paulo. Vale a pena reproduzir a reportagem:
Dedo em riste, falando alto, o cardiologista Adib Jatene, “pai” da CPMF e um dos maiores defensores da contribuição, diz a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e que defende o fim do imposto: “No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda”.
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Numa das rodas formadas no jantar beneficente para arrecadar fundos para o Incor, no restaurante A Figueira Rubaiyat, Skaf, cercado por médicos e políticos do PT que apóiam o imposto do cheque, tenta rebater: “Mas, doutor Jatene, a carga no Brasil é muito alta!”. E Jatene: “Não é, não! É baixa. Têm que pagar mais”. Skaf continua: “A CPMF foi criada para financiar a saúde e o governo tirou o dinheiro da saúde. O senhor não se sente enganado?”. E Jatene: “Eu, não! Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquiota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões”. Skaf diz: “A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF”. “É que a CPMF não dá para sonegar!”, diz Jatene.
A reprodução dos fatos pela colunista da Folha parece especialmente feliz, mas muito mais interessante deve ter sido ver (e ouvir) o ocorrido ao vivo em cores. Lembra um pouco a propaganda do cartão de crédito: jantar beneficente no Figueira Rubayat, R$ 200; valet park para estacionar no restaurante por 2 horas, R$ 15; ver o Jatene enfiar o dedo no nariz do presidente da Fiesp e cobrar da elite que pague impostos, não tem preço.
De fato, é até possível contestar os argumentos de Jatene na defesa da CPMF, especificamente, mas não dá para não concordar com o ex-ministro em uma questão simples: o “imposto do cheque” é realmente o único tributo que a elite não consegue sonegar. Paulo Skaf, coitado, ficou meio sem argumentos diante da firmeza de Jatene e limitou-se a dizer que a Confins “não está em pauta”. Claro que não está, pois esta contribuição a elite consegue sonegar e a CPMF, não…No fundo, há uma certa falácia no Brasil sobre a questão da tal altíssima carga tributária. Primeiro, não é tão alta assim, pois em países mais desenvolvidos o peso dos impostos é ainda mais alto do que no Brasil; segundo, o problema não é tanto a carga, mas a falta de critério na tributação, que acaba fazendo com que os ricos paguem menos na proporção do que pagam os pobres e remediados.
Discussão técnica à parte, não deixa de ser irônico que um médico nascido no longínquo Acre, o homem que salva vidas, amigo de Paulo Maluf e Fernando Henrique Cardoso, foi quem teve a coragem de botar os pingos nos is (e o dedo na cara do presidente da Fiesp) para cobrar do representante da indústria paulista que os ricos paguem os seus impostos. Porque na esquerda, este tipo de cobrança parece estar totalmente fora de moda, soa como constrangimento ou provocação. Isto vale para o PT, cuja argumentação a favor da CPMF é tímida e defensiva, e vale também para a esquerda mais radical, que ultimamente anda de braços com o empresariado sempre que tal aliança possa resultar em desgaste ao governo Lula.
Gestos de coragem são de fato cada vez mais raros na cena brasileira. Adib Jatene, porém, mostrou que eles não desapareceram por completo. Ainda bem. Ou, como diria a voz das ruas: obrigado, doutor…

Luiz Antonio Magalhães
Blog ENTRELINHAS
14/11/07
( Valeu, Jasson. )


http://humbertocapellari.wordpress.com/2007/11/14/em-jantar-finerrimo-adib-jatene-derruba-chavoes-defende-a-cpmf-e-exige-que-os-ricos-paguem-impostos-e-deixem-de-hipocrisia-e-salafrarice/

sábado, 5 de junho de 2010

Dilma só sobe quando está com Lula (Fernando Rodrigues)

Dilma Rousseff apareceu ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro e cresceu nas pesquisas em fevereiro.



Dilma Rousseff apareceu ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio e cresceu nas pesquisas em maio.



Dilma Rousseff não apareceu ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho e estacionou onde estava nas pesquisas.



Esse pode ser o resumo do que se passou nos últimos meses na campanha pelo Palácio do Planalto.



Sem demérito para a candidata do PT, sua grande força é de fato pertencer a um governo bem sucedido na área econômica e ao lado do presidente mais popular da história recente do Brasil.



A petista empatou com o seu adversário direto, José Serra (PSDB), em maio. Aqui, todas as pesquisas divulgadas até hoje. Estavam com 37% cada um no levantamento do Datafolha de 20-21 de maio. Agora, voltaram a registrar os mesmíssimos percentuais, 37% cada um, no Ibope realizado de 31 de maio a 3 de junho.



A partir de agora, José Serra terá ampla exposição no rádio e na TV por causa dos programas partidários do PSDB. É difícil prever o efeito, pois a propaganda será no meio da Copa do Mundo de futebol. Em tese, se o tucano fizer uma propaganda pelo menos razoável conseguirá no mínimo se manter onde está.



O recado que a pesquisa do Ibope traz é o seguinte: quando Lula aparece ao lado de Dilma, a petista cresce nas pesquisas. Já o tucano Serra se mostra resiliente. Não cai abaixo do patamar que consolidou para si desde o ano passado, um pouco abaixo dos 40%.



Por enquanto, todas as vezes que Dilma subiu, ela subtraiu pontos dos indecisos, dos candidatos de menor expressão, de Ciro Gomes (que desistiu). A partir de agora, terá de tirar pontos de Serra. Vai conseguir? Só será possível saber a partir da propaganda eleitoral em rádio e TV, em agosto.



E Marina Silva (PV)? Por enquanto, continua confinada ao terceiro lugar e não indícios de que sairá dessa posição.



E o caso do tal suposto dossiê anti-Serra? Qual efeito teve na campanha? A julgar pelas pesquisas, o efeito foi nulo.



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Por Fernando Rodrigues

quarta-feira, 2 de junho de 2010