sábado, 26 de dezembro de 2009

Para 40%, atuação do Congresso vai de ruim a péssima

Folha de S. Paulo

Manchete: Para 40%, atuação do Congresso vai de ruim a péssima
Reprovação chega a 47% entre os que têm curso superior e 48% na faixa salarial acima de 5 mínimos

O Congresso nacional chega ao final de 2009, ano marcado por escândalos, com 40% de avaliação negativa, revela pesquisa feita neste mês pelo Datafolha.

O desempenho de deputados e senadores foi considerado regular por 39% dos brasileiros, e ótimo ou bom apenas para 15% dos entrevistados. Em comparação à pesquisa feita no auge da crise do Senado, no mês de agosto, o incide de reprovação variou quatro pontos.

Embora tenha diminuído, a taxa de reprovação é hoje, a dez meses das eleições para deputados e da renovação de dois terços do Senado, dez pontos superior à de março de 2007 (30%).

A maior reprovação aos congressistas foi registrada entre os brasileiros com nível de escolaridade superior: 47%. Entre os entrevistados com faixa de renda familiar superior a cinco salários mínimos, o índice de ruim e péssimo atinge 48%. (págs. 1 e A7)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

PSDB sonha com um projeto de poder para 16 anos




Divulgação



O PSDB vai à sucessão de 2010 com os olhos voltados para 2026. O partido rumina em segredo um projeto de poder longevo. Coisa para os próximos 16 anos.



Entre 2011 e 2018, dois mandatos de quatro anos para José Serra. Daí em diante, mais oito anos de Aécio Neves.



Para reforçar as chances de êxito do primeiro passo, a eleição de Serra em 2010, o partido vai intesificar no início do ano a pressão sobre Aécio.



Deseja-se convencê-lo a aceitar a posição de vice na chapa tucana. Martela-se a tecla de que uma dobradinha Serra-Aécio seria “imbatível”.



Por quê? São Paulo e Minas, Estados em que Serra e Aécio estão bem postos nas pesquisas, reúnem 30% do eleitorado brasileiro.



Imagina-se que, juntos, os dois governadores amealhariam nos dois maiores colégios eleitorais do país uma quantidade de votos que faria a diferença.



Abririam uma vantagem difícil de ser revertida pela rival Dilma Rousseff, mesmo escorada na popularidade lunar de Lula.



Para quebrar as resistências de Aécio, planeja-se convertê-lo num vice inusual. Em vez do ócio, espécie de mãe de todos os vices, o compartilhamento do poder.



Estratégia urdida com a participação de FHC, presidente de honra do PSDB, prevê contemplar Aécio com o controle de nacos da Esplanada.



Noves fora a área econômica, da qual Serra não abre mão, admite-se confiar a Aécio o domínio de ministérios à sua escolha.



Em mensagem levada ao seu microblog, Aécio insinuou que abandonou a condição de presidenciável, mas não abdicou da pretensão de chegar ao Planalto.



Na peça, ele agradece o apoio recebido dos internautas à sua pregação em torno da “idéia de um país novo, de um projeto novo”.



Afirma que o trabalho está “apenas começando”. Repisa o “novo projeto”. E arremata: “Eu acho que o Brasil ainda vai vivê-lo” (asssista abaixo).





No esforço para seduzir Aécio à vice, um pedaço do tucanato cogitou a idéia de celebrar um compromisso entre suas duas estrelas.



Eleito, Serra governaria por quatro anos. Depois, abriria mão de disputar a reeleição em favor de Aécio.



O grupo de Serra torce o nariz para a fórmula. Evoluiu-se, então, para a equação dos 16 anos –oito para cada um. Com Aécio de vice no primeiro ciclo.



É um tipo de plano cujo êxito depende da boa vontade dos fatos, irritantemente imprevisíveis e arredios.



O último tucano a vocalizar algo parecido foi Sérgio Mota, o ex-ministro das Comunicações de FHC.



Associado à imagem de um trator, Serjão previra, nas pegadas do Plano Real, que o PSDB ficaria no poder por 20 anos.



Morreu antes de testemunhar a conspiração dos fatos. Eleito na sucessão de 2002, Lula interrompeu o sonho quando eram decorridos oito anos de presidência tucana.



De resto, para ficar de pé, o devaneio do PSDB terá de saltar pelo menos seis obstáculos que o separam de 2027:



1. Serra teria de seduzir Aécio para o seu projeto. A julgar pelo que anda dizendo o governador de Minas em privado, é algo complicado



2. Depois, Serra teria de prevalecer sobre Dilma nas urnas de 2010. Impossível? Não. Fácil? Tampouco.



3. Eleito, o governador de São Paulo teria de realizar um governo tão bom que o credenciasse à reeleição. Coisa que nenhuma bola de cristal é capaz de assegurar.



4. Na hipótese de Lula retornar à cena em 2014, uma eventual recandidatura de Serra teria de provar-se capaz de bater o ex-presidente mais popular da história.



5. Se conseguisse impor uma surra ao mito, Serra teria de vencer um fenômeno aeronáutico que costuma assediar os governos longevos: a fadiga do material.



6. Entregando a bola redonda para Aécio, seu futuro suposto vice precisaria ultrapassar todas as etapas anteriores:



...Prevalecer sobre o rival da época, fazer boa administração, livrar-se da urucubaca aeronáutica e reeleger-se.



Em resumo: Na política, como em qualquer outra atividade, o problema de quem planeja o futuro é que não dá para prever o projeto que o futuro traça para aqueles que se aventuram a planejá-lo.

Escrito por Josias de Souza às 04h34

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sem Aécio, PSB quer Ciro presidenciável e Skaf candidato em São Paulo

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Ciro vê Aécio constrangido por deixar a disputa nacional

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* Plano B de aliados de Aécio prevê Itamar para vice na chapa de Serra
* Planalto classifica desistência de Aécio como"boa notícia", mas não definitiva
* Serra tentou empurrar decisão de Aécio para fevereiro

A saída antecipada do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), da corrida presidencial fortalece a entrada do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) na disputa pelo Palácio do Planalto e alça o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, recém filiado ao partido, à condição de provável candidato governo de São Paulo.

De acordo com membros do partido que faz parte da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a candidatura nacional de Ciro ajudaria a impulsionar a bancada do PSB no Congresso e garantiria um governista no hoje provável segundo turno das eleições presidenciais de 2010 contra o pré-candidato tucano que sobrou, o governador de São Paulo, José Serra.

"A tendência é essa mesma, acho que a saída do Aécio fortalece esse argumento", disse ao UOL Notícias nesta sexta-feira (18) o 1º vice-presidente do PSB e ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. Para ele, a decisão do governador mineiro de antecipar sua desistência - Serra esperava esse movimento apenas em março - criará um sentimento de inconformismo no segundo maior colégio eleitoral do país.

"A candidatura Ciro não é divisionista, ela é da base do governo. E pode agregar partidos que orbitam em torno de Aécio, mas não de Serra. Minas transformou-se em um problema para a oposição e uma solução para o governo. Qualquer candidato nosso, Ciro ou Dilma será benefício porque poderão fazer o discurso de que mais uma vez os interesses paulistas se sobrepõem aos mineiros."

Na quinta-feira, Aécio desistiu de sua pré-candidatura à Presidência com a leitura de um texto que não cita Serra nenhuma vez. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o governador paulista divulgou nota mais tarde dizendo que o mineiro dava uma demonstração generosa de preocupação com a unidade do partido - que em 2006 se esgarçou internamente no combate entre Serra e o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que saiu candidato e foi derrotado por Lula.

Candidato em São Paulo
O vice-presidente do PSB não descarta Ciro como candidato ao governo de São Paulo - mudou seu domicílio eleitoral para o Estado para deixar a possibilidade em aberto - mas acredita que sua candidatura presidencial ajudaria a impulsionar a bancada de 27 deputados e dois senadores no Congresso. "Time que não joga não tem torcida. Os partidos crescem com a campanha. É a grande oportunidade de mostrar programa, projeto", afirma.

Aécio desiste de candidatura à Presidência

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"Mas deixo isso (possibilidade de Ciro concorrer ao governo paulista) em suspenso. Nada pode ameaçar a continuidade do governo Lula e a opinião do presidente é um elemento que pesa. As relações pessoais entre Ciro e Lula são excelentes e política não é apenas número. É lealdade, amizade", afirmou.

A decisão definitiva sobre a candidatura do deputado à Presidência sairá em março, quando o PSB e ele próprio se reúnem com Lula para tratar do assunto. A expectativa do partido é que o quadro atual se mantenha e viabilize a terceira candidatura de Ciro à Presidência da República.

Caso Dilma deslanche nas pesquisas, a tendência, diz Amaral, é que seja fortalecido o argumento do presidente de uma disputa plebiscitária entre a ministra e o governador tucano, vencido pelo presidente nas eleições de 2002 quando era ministro da Saúde bem avaliado do governo mal avaliado de Fernando Henrique Cardoso.

Deputado federal e presidente do PSB de São Paulo, Márcio França diz que a desistência de Aécio coloca Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e eleitor de Lula nas duas últimas eleições, como preferido do partido na disputa paulista.

"Ele não diz que quer ser, está se adaptando à cultura da política e sentindo esse clamor aos poucos. Ainda não tem jeitão de candidato, mas ele passa uma boa energia e tem cara de novidade, é um líder empresarial respeitado. É um candidato promissor se sair do isolamento e conseguir boas alianças para concorrer", afirmou.

França considera boas as chances de Skaf porque espera que o chefe da Casa Civil do governo paulista, Aloysio Nunes Ferreira, seja o candidato tucano à provável sucessão de Serra, em detrimento do secretário do Desenvolvimento e ex-governador, Geraldo Alckmin, aliado de Aécio e candidato derrotado à Presidência em 2006.

Presidente do PSB achava que Aécio tinha mais chances que Serra nas eleições

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"Serra é muito pragmático e inteligente, sabe enxergar os sinais. Para você ir a uma campanha para presidente da República, tem de ter a garantia de quem vai ficar no seu lugar. Ele não se sente seguro com o Alckmin no governo. Vai ter de brigar com os números, porque o Alckmin lidera em todos os cenários, mas o Aloysio só não será candidato se o Serra não quiser. E creio que ele pensará que é melhor tentar o Aloysio ou mesmo o prefeito Gilberto Kassab."

Nos bastidores, peemedebistas de São Paulo afirmaram durante a convenção do domingo passado que Kassab seria aceito como candidato ao governo porque o ex-governador Orestes Quércia, aliado de Serra, desistiria de tentar uma vaga no Senado em detrimento de Alckmin, já que a Prefeitura ficaria nas mãos de sua principal aliada, a vice-prefeita Alda Marco Antonio.

Membro da Executiva estadual e presidente do PSB na capital paulista, o vereador Eliseu Gabriel também considera mais provável o cenário com Ciro candidato à Presidência e Skaf ao governo do Estado, enfrentando Aloysio - cuja intenção de voto nas mais recentes pesquisas não passa de 5%. "A situação toda favorece Skaf em São Paulo e Serra deve ir com o Aloysio, que terá toda uma estrutura para fazer sua candidatura crescer. Alckmin, creio que não", afirmou.

"A dificuldade agora que há mais clareza em como as coisas serão é montar as alianças. Sem o Ciro em São Paulo, como o PT vai se posicionar? Vamos buscar aliança com eles, com PDT, com PCdoB. Mas no fim das contas sabemos que nesse processo vai pesar a opinião do presidente e a do próprio Ciro, que não quer ser candidato em São Paulo."

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Vice de Santa Catarina é denunciado por ‘corrupção’

Divulgação

O Ministério Público de Santa Catarina denunciou o vice-governador de Santa Catarina, Leonel Pavan (PSDB).

A denúncia foi protocolada no Tribunal de Justiça catarinense, nesta terça (15), pelo procurador-geral de Justiça, Gercino Gomes Neto (foto).

Pavan foi acusado de três crimes: corrupção passiva, advocacia administrativa e violação de sigilo funcional.

Teria recebido vantagem indevida de representantes de uma empresa chamada Arrows Petróleo do Brasil.

Junto com Pavan, foram denunciadas outras seis pessoas. Todas indiciadas em inquérito da Polícia Federal, na semana passada.

Pavan ainda não se pronunciou. Em manifestações anteriores, pessoais e de seu advogado, Gastão Rosa Filho, o vice-governador negara os malfeitos.

O procurador-geral Gercino informou que os acusados serão notificados da denúncia. Terão prazo para apresentar suas defesas.

Apurou-se no inquérito da PF que a Arrows chegou a efetuar, por baixo da mesa, pagamento de R$ 100 mil.

A empresa tentava reativar sua inscrição no fisco de Santa Catarina. O documento fora cassado porque a Arrows deixara de honrar o pagamento de tributos.

Pavan reconheceu que recebera os agentes da empresa. Tentara encaminhar o pleito. Alegou que retirou de cena depois de ter sido informado de que o pleito era indevido.

Em entrevista, o procurador-geral Gercino disse coisa diversa:

"Não há dúvidas de que o inquérito contém elementos suficientes para o oferecimento da denúncia...”

Denúncia “...pelos crimes de corrupção, advocacia administrativa e violação de sigilo funcional”.

Pavan insinuara que estava sendo vítima de armação política. E Gercino: “O Ministério Público age tecnicamente, e não politicamente". Acrescentou:

"O Ministério Público catarinense age com o mesmo rigor em relação ao cidadão mais comum e ao cidadão detentor da maior qualificação...”

“...Todos somos cidadãos e todos temos o dever de cumprir as leis do País. Agora cabe ao Judiciário dar a resposta ao pleito do Ministério Público”.

Pavan assume o governo de Santa Catarina em 5 de janeiro. Candidato ao Senado, o governador Luiz Henrique (PMDB) vai se licenciar do cargo.

No final de semana, Luiz Henrique dissera que repassaria o governo a Pavan mesmo que o vice-governador fosse denunciado pelo Ministério Público.

Assim, Santa Catarina será governada durante o ano de 2010 por um político às voltas com a suspeita de ter incorrido em corrupção.

- Atualização feita às 19h45 desta terça (5): Leonel Pavan levou à web uma nota. Diz que provará sua inocência. O texto pode ser lido aqui.

Escrito por Josias de Souza às 17h57

sábado, 12 de dezembro de 2009

Eduardo Campos, Governador do Ceará, defende financiamento público de campanha - Vídeo

Por UOL Notícias

O colunista do UOL Notícias e da Folha de S. Paulo, em Brasília, Fernando Rodrigues, entrevista o governador do Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Confira a íntegra da entrevista. Saiba mais no blog do Fernando Rodrigues. Siga o blog no Twitter. Confira os casos de desvio de conduta no Congresso no Monitor de Escândalos do UOL. Confira a tradicional e exclusiva página de pesquisas eleitorais para 2010. Visite o UOL Notícias


Clique no seguinte Link:


http://noticias।uol.com.br/ultnot/multi/2009/12/10/04023760DCB163A6.jhtm

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

PMDB sai do governo Arruda, mas mantém na sigla envolvidos em mensalão do DEM

Piero Locatelli
Do UOL Notícias
Em Brasília
A Executiva Regional do PMDB do Distrito Federal decidiu em reunião nesta segunda-feira (7) sair da base de apoio do governo de José Roberto Arruda (DEM). Até agora, PPS, PSDB, PSB, PDT e PV decidiram não apoiar mais o governo Arruda. O partido decidiu, porém, não expulsar nenhum dos envolvidos no mensalão do DEM da sigla.
Elite do PMDB é citada em vídeo

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"A imagem em flagrante que existe é de 2006, quando estava no auge da campanha e mostra um crime eleitoral. Isso não é suficiente", diz o deputado federal Tadeu Filipelli, presidente do partido no Distrito Federal. "Como nós vamos condenar a pessoa por um fato que está sendo acompanhado pela Policia Federal, pelo Ministério Público e pela Justiça? Como o partido vai antecipar, penalizar? Não faremos de forma nenhuma."

Dois parlamentares do partido estariam envolvidos no suposto esquema de corrupção. A deputada Eurídes Brito, líder do governo na Câmara Legislativa é acusada de receber R$ 30 mil mensais em troca do apoio político-partidário ao governo Arruda. O ex-deputado Odilon Aires também aparece em um vídeo recebendo dinheiro de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda.

Em outro vídeo, nomes da cúpula do PMDB são citados em um diálogo entre Durval Barbosa, ex-secretário do governo Arruda e colaborador da Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora, com o empresário Alcyr Collaço - que foi flagrado colocando dinheiro na cueca.

Na conversa, eles comentam que teriam R$ 1 milhão para dividir entre quatro deputados federais do PMDB: Michel Temer(SP), Tadeu Filippelli (DF), Henrique Eduardo Alves (RN) e Eduardo Cunha (RJ). Todos negaram envolvimento no esquema.

O PMDB deve entregar imediatamente os seus cargos na administração de Arruda. São eles: a presidência da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil), chefia de gabinete do governador Arruda, a presidência da Codeplan (Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central) e a administração do Plano Piloto.

Ao menos 10 deputados (dois deles suplentes), além do governador José Roberto Arruda e três secretários do Distrito Federal são suspeitos de participar de pagamento de propinas. A operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, foi deflagrada na sexta-feira (27).

domingo, 6 de dezembro de 2009

A corrupção envolvendo políticos escandaliza o país

A CORRUPÇÃO ATINGE AMPLITUDE SISTÊMICA

Veja o que Publicam os Jornais e Revistas deste domingo, sobre a corrupção que assola o país

Patrimônio de Arruda cresce 1.060%, destaca "O Estado de S.Paulo"; veja mais notícias

O Globo

Manchete: Por que corrupção não dá cadeia no Brasil?

Cerca de 40% das ações contra autoridades no STJ prescrevem ou caem no limbo; condenações são só 1%

De escândalo em escândalo, o Brasil se acostumou a ver dinheiro em malas, meias e cuecas - como nos recentes mensalões do PT e do DEM. Mas a marca dos escãndalos brasileiros é a impunidade: levantamento da Associação de Magistrados Brasileiros revela que, das ações contra autoridades no Superior Tribunal de Justiça (STJ), 40% prescrevem ou caem no limbo do Judiciário. NO STF, o percentual é de 45%. As condenações de autoridades são apenas 1% no STJ - muitas convertidas em penas pecuniárias irrisórias - e inexistem no STF. Desde que foi criada há 17 anos, a Lei de Improbidade Administrativa condenou 1.605 pessoas. Para juízes, cientistas políticos, psicólogos e procuradores ouvidos pelo GLOBO, punir corruptos é o caminho para concluir a democratização brasileira, que trouxe o aumento da Fiscalização da gestão pública. "Mas não conseguimos consumar a punição, ponta final do processo. O percurso precisa ser fechado urgentemente", alerta a cientista política Rita Biason. Com partidos minados por denúncias de corrupção, falta porta-voz para a bandeira da ética. "É grave, porque pode dar condições para candidatos identificados com o 'rouba, mas faz' ganharem espaço", avalia o cientista político Leonardo Barreto. (págs. 1, 3 a 9)

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Folha de S. Paulo


Campanha de Arruda financiou 236 candidatos
O escritório político do governador José Roberto Arruda (DEM) em 2006 financiou 220 candidaturas à Câmara Legislativa do DF e 16 à Câmara dos Deputados, num total de R$ 642 mil. Prestação de contas omitiu datas de pagamento e dados do CNPJ, o que pode indicar fraude, diz promotor. O responsável pelas doações não foi localizado. (págs. 1 e A4)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Patrimônio de Arruda cresce 1.060%
Em sete anos, soma de bens do governador do DF passa de R$ 600 mil para R$ 7 milhões

O patrimônio do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, filmado recebendo dinheiro vivo no escândalo do "mensalão do DEM", cresceu 1.060% em sete anos, informa o repórter Rodrigo Rangel. Nas declarações à Justiça Eleitoral, em 2002 e 2006, a soma dos bens do governador não passava de R$ 600 mil. Agora, o patrimônio real da família Arruda, só em imóveis em Brasília, acumula um valor de mais de R$ 7 milhões. Da posse como governador, em 2007, para cá, há pelo menos dois casos de imóveis comprados por terceiros - entre eles um empresário do setor de transportes de Brasília - e depois transferidos para filhos de Arruda. A lista de bens inclui aquisições recentes. Em 17 de setembro, o governador, que recebe R$ 16 mil por mês, comprou cinco salas em prédio comercial com localização nobre em Brasília, por R$ 1,6 milhão. "O patrimônio é absolutamente compatível com a renda que ele tem", diz Cláudio Fruet, advogado de Arruda. (págs. 1 e A4 a A9)

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Correio Braziliense

Manchete: Lixo hospitalar vale ouro na Câmara
A Operação Caixa de Pandora, que revelou o escândalo da propina no governo Arruda, mostra também uma triangulação em um setor de alta rentabilidade: o tratamento do lixo hospitalar. Rafael Prudente, filho do presidente afastado Leonardo Prudente (DEM), representa a única empresa beneficiada por uma lei de autoria de Cabo Patrício (PT) que estabelece regras para a execução do serviço no DF. A Serquip já teve o contrato emergencial renovado por duas vezes e se prepara para atender unidades como o Hospital de Base em contratos de até R$ 1 milhão. (págs. 1 e 27 a 30)

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Veja

O Natal dos safados
A impunidade e outros 9 presentes que os corruptos sempre ganham de Papai Noel


Poder, dinheiro, corrupção e... - O governador de Brasília estrela um dos mais repugnantes espetáculos de corrupção já vistos na história. Sem nenhum pudor, políticos foram filmados recebendo dinheiro de propina em meias, cuecas, bolsas e até via Correios. Depois, ainda rezam, agradecendo a Deus a graça alcançada. (págs. 76 a 81)

Contra a parede - O STF processará o senador Eduardo Azeredo, do PSDB, pelo "mensalão mineiro". A defesa do tucano é bem petista: ele diz que nunca soube de nada. (pág. 86)

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Época

100 - Os brasileiros mais influentes em 2009
Os segredos do mensalão de Arruda - A história de chantagens e traições que levou à denúncia de um esquema de corrupção milionário e à derrocada do governador do Distrito Federal. (págs. 40 a 46)

Se não punir, eles sempre voltam - Há nove anos, Arruda estava em outro escândalo. Seu caso mostra que, no Brasil, a impunidade perpetua e incentiva os desvios éticos na política. (págs. 48 e 49)

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ISTOÉ


Cruz credo! - Preces e dinheiro em cueca e meias. O "Mensalão do DEMO", chefiado pelo governador José Roberto Arruda, é um esquema de corrupção diferente por ser cheio de provas e de caras de pau. (págs. 40 a 50)

A versão da ex de Arruda - Mariane Vicentini diz que o governador usa o dinheiro da corrupção para construir patrimônio não declarado à Receita. (págs. 52 e 53)

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ISTOÉ Dinheiro

Os fornecedores à sombra de Arruda - O mensalão do DEM colocou o governador do Distrito Federal à beira do impeachment. Mas os impactos também podem ser devastadores para muitas empresas. (págs. 36 a 38)

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CartaCapital

O conto do Natal - O DEM acabou no panetone
As imagens de corrupção explícita complicam a vida de Arruda, o único governador do ex-PFL

Exclusivo: novas ramificações em São Paulo das empresas envolvidas no escândalo do DF

Na meia, na cueca... – Brasília – José Roberto Arruda virou um cadáver político e seu enterro é questão de dias, ou de horas. Resta medir os efeitos do escândalo sobre o já combalido DEM. (págs. 24 a 30)

As ramificações do panetone – São Paulo – Empresas do esquema do DF atuam no governo estadual e na prefeitura. (págs 32 e 33)

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Azeredo ganha um defensor inesperado: Ciro Gomes

Folha

Ciro Gomes, o candidato multiuso do PSB, saiu em defesa do grão-tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

No rastro da decisão do STF, que converteu Azeredo em réu no caso do tucanoduto, Ciro se ofereceu como testemunha de defesa do senador.

Acha que são frágeis as provas apresentadas contra Azeredo. Descrê da possibilidade de o senador ter levado as digitais às arcas reeleitorais espúrias de 1998.

“Pelo que conheço de sua vida honesta, ética, tenho segurança que ele não se envolveu de jeito nenhum”.

Azeredo responde por peculato e lavagem de dinheiro. Mas, para Ciro, “a acusação é caixa dois. E nela não tem provado a participação do Azeredo”.

Ciro falou em Cuiabá. Em Belo Horizonte, o presidenciável Aécio Neves, companheiro de plumas de Azeredo, adotou o mesmo diapasão:

"Problemas ocorreram na prestação de contas, na arrecadação de recursos [da campanha]...”

“...Mas não vi nada que me desse garantias de que tenha havido, enfim, uma intermediação, uma ação direta do senador [Azeredo]".

Afora o fato de que caixa dois também é crime, Ciro e Aécio desconsideraram detalhe que consta da peça acusatória da Procuradoria, recepcionada pelo Supremo.

A escrituração eleitoral de Azeredo foi borrifada com verbas desviadas do erário mineiro.

Tomado pelo conceito que Ciro e Aécio fazem dele, Azeredo não seria cúmplice, mas apenas um benficiário atoleimado dos malfeitos que vicejaram ao seu redor.

O próprio Azeredo parece endossar o raciocínio. Em nota, ele escreveu:

“As questões financeiras envolvendo a campanha eleitoral de 1998 não foram de minha responsabilidade...”

“...Uma campanha eleitoral, em um estado com 853 municípios, exige delegação de funções – o que foi feito”.

Para ser levado a sério, Azeredo deveria convencer o PSDB a pedir desculpas pelas críticas que dirige, desde 2005, a Lula ‘Não Sabia de Nadica’ da Silva.

Escrito por Josias de Souza às 05h30

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Arruda diz que Durval lhe deu dinheiro por terceiros

Antônio Cruz/ABr

O governador José Roberto Arruda falou ao repórter Fernando Rodrigues.

Tomado pelo conteúdo, Arruda tem a consistência de um panetone amanhecido.

Em certos trechos, ele diz coisas definitivas. Noutros, não define as coisas.

Divide seu delator, o ex-secretário Durval Barbosa, em dois.

O Durval que servia ao governo de Joaquim Roriz é um bandalho.

O Durval da sua gestão, é personagem burocrático, inofensivo às arcas.

Reconhece que, sob Roriz, mordeu do panetone espúrio servido por Durval.

Das mãos do delator, só uma vez, aquela que foi registrada em vídeo.

Mas admite ter apalpado outras fatia$, que lhe chegaram por meio de terceiros.

Arruda repisou a lorota panetônica: “Foi para as minhas campanhas sociais de final de ano que eu faço há dez anos...”

“...Virou piada, porque é panetone, mas no fundo é verdade mesmo. Eu entrego panetone nas creches, nos asilos, tudo isso...”

“...Essa [doação em dinheiro de Durval] foi a única que eu recebi pessoalmente. Mas na campanha ele foi para o comitê. Ajudou muito”.

Confirmou algo já noticiado aqui: só em 2009 levou ao TRE as “doações” pretéritas.

Deu-se há oito meses, em março. “Registrei no Tribunal Eleitoral sem os recibos...”

“...Só a lista de doações. Para fazer a seguinte pergunta:...”

“Como este ano é pré-eleitoral eu poderia fazer a mesma coisa sem que isso fosse crime eleitoral?...”

“...O tribunal analisou e disse que não tinha problema. E arquivou, inclusive”.

Sobre o grampo ambiental de outubro, no qual trata com Durval da compra de deputados, Arruda desconversa:

“Não vou mais fazer comentários por uma razão: meus advogados estão estudando isso”.

Se o DEM radicalizar, vai radicalizar com o partido? “A conversa foi cordial. Eu até brinquei e disse a eles que queria que me tratassem como o PSDB tratou a Yeda”.

Se for expulso da legenda, como vai reagir? “Daí, vamos pensar. Não quero criar problemas para ninguém”.

Pressionando aqui, você chega à íntegra da entrevista. Vale o desperdício de um naco de tempo.

Escrito por Josias de Souza às 05h42

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PSDB reúne Executiva para analisar encrenca do DF

Miran

O PSDB reunirá na tarde desta terça (1º) sua Executiva nacional. O objetivo é avaliar as consequências eleitorais do “Panetonegate”.

Há um primeiro efeito óbvio e imediato: ruiu o palanque da oposição no DF. Vai à mesa também um debate incômodo.

O PSDB analisa a conveniência de desembarcar seus filiados que servem ao governo ‘demo’ de Arruda.

José Roberto Arruda (DEM) era, há cinco dias, um forte candidato à reeleição. Recepcionaria em Brasília o presidenciável tucano –José Serra ou Aécio Neves.

Pilhado num escândalo prenhe de imagens e áudios, Arruda virou pó. A ficha do governador demora a cair. Ele diz que sua candidatura sobrevive.

Mas não há nenhum tucano ou ‘demo’ que leve o governador a sério. Até a semana passada, Arruda era cogitado até para vice na chapa tucana.

Hoje, o tucanato quer distância dele. Receia o contágio. Nos subterrâneos, o alto comando do PSDB cobra, discretamente, pressa do DEM.

Torce para que o parceiro se livre do problema o quanto antes. Tomado por seu passado, O PSDB tem pouca autoridade na matéria.

Em 2005, nas pegadas do mensalão do PT, foi às manchetes o tucanoduto. Um escândalo produzido em Minas, na campanha reeleitoral de Eduardo Azeredo.

Presidente do PSDB à época, Azeredo reteve o cargo e conceito partidário. Não sofreu uma mísera admoestação. Ao contrário, foi defendido pela legenda.

À boca miúda, o tucanato diz que a encrenca de Arruda é incomparavelmente maior. Daí a cobrança.

O diabo é que surge, nesta terça (1º) um elo que liga as arcas apodrecidas de Arruda ao diretório do PSDB no Distrito Federal.

Deve-se a novidade aos repórteres Hudson Corrêa e Fernanda Odilla. A dupla levou às páginas da Folha notícia que informa o seguinte:

1. Durval Barbosa, o ex-secretário de Arruda que se tornou delator do ex-chefe, envolveu um tucano no esquema de coleta de verbas sujas.

2. Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, Durval disse que o presidente do PSDB-DF, Márcio Machado, atuou no recolhimento de propinas.

3. Empossado como governador, Arruda nomeara para a Secretaria de Obras do GDF, em 2007, o tucano Machado.

4. Segundo a versão de Durval, Machado tomara parte, em 2006, de reuniões em que se tratou da obtenção de verbas clandestinas.

5. Durval contou à PF que Machado chegou mesmo a repassar parte do dinheiro amealhado por baixo do pano a políticos apoiadores de Arruda.

6. Mencionou especificamente três repasses: R$ 6 milhões para a campanha do deputado Benedito Domingos (PP)...

...R$ 200 mil para Adalberto Monteiro, presidente local do PRP; e R$ 100 mil para Omar Nascimento, que comanda o diretório regional do PTC.


7. De resto, Durval forneceu à PF e ao MP uma cifra que converte o escândalo do DF, já grandioso, num malfeito de proporções gigantescas.

Disse que, entre 2004 a 2006, recolheram-se ilegalmente R$ 56,5 milhões. Dinheiro mordido em contratos da Codeplan, a estatal que Durval presidia.

8. O curioso é que, no período mencionado, Durval operava sob o governo de Joaquim Roriz, então no PMDB.

9. A despeito disso, nacos generosos do superpanetone escorregaram para as mãos de Arruda e do grupo político dele.

10. Ouvido, Adalberto Monteiro, o presidente do PSDB-DF, nega que tenha ajudado a fornir o butim. Diz ter ajudado Arruda “como amigo”.

11. Para apoiar Arruda em 2006, Machado teve de se licenciar do PSDB. O tucanato foi às urnas do DF com um nome próprio: Maria de Lourdes Abadia.

12. Numa primeira avaliação, o grão-tucanato concluiu que o mensalão ‘demo’ de Brasília terá efeito nulo na eleição presidencial marcada para daqui a dez meses. Erro.

No barato, o escândalo já custou à oposição o discurso de timbre moralizador que pretendia invocar contra o PT.

- PS.: Ilustração via blog Miran Cartum.

Escrito por Josias de Souza às 06h49