quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O PT chega à encruzilhada definitiva (Carlos Chagas)

BRASÍLIA - Há quem veja semelhança entre o PT dos seus anos de fundação e a Igreja Católica dos primeiros séculos, porque ambos se propunham mudar o mundo. Depois, a Igreja tornou-se instrumento dos poderosos e o PT, com todo o respeito, virou apêndice desimportante do cesarismo expresso pelo Lula.

O Carnaval não é apenas tempo de folia. Certas minorias, na Igreja, aproveitam para revisões através de retiros espirituais e sucedâneos. Pode ter acontecido coisa parecida com algumas lideranças do PT, com o que sobrou da sua intelectualidade. Ficaremos sabendo em poucos dias, caso sobrevenham sinais de mudança.

O partido, uma vez, propôs-se a rasgar o País de alto a baixo, remodelando a economia, extirpando privilégios de berço e de bolso, priorizando o social, fazendo emergir a participação das massas e combatendo a corrupção, entre outros objetivos. Seria o instrumento da ruptura de uma sociedade dominada pelas elites financeiras e pelos vícios tradicionais do passado.

No governo, ou antes, mesmo de conquistá-lo, foi o PT que mudou. Deixou-se levar pela tentação dos contrários, de um lado curvando-se ao personalismo cada vez maior de seu líder, de outro se entregando às facilidades, delícias e pecados do poder. Sem lembrar mais da promessa de romper as amarras da submissão ao neoliberalismo.

Bem que sinais foram enviados pelos fatos, como a perda da bandeira da reforma agrária para o MST. O diabo é que o assalto a cargos públicos com a disposição de usufruir, não mais de corrigir, constituiu-se em passo fundamental para o partido despencar no abismo do mensalão e congêneres. O resultado, hoje, está sendo a transformação do PT num aglomerado insosso, amorfo e inodoro, sem espinha dorsal e, qual Guarda Pretoriana, posto a serviço do César. Basta verificar, ainda que sem má vontade, o aparecimento de Dilma Rousseff como candidata ao trono, por exclusiva obra e graça de quem o ocupa. Ela não surgiu de debates e de decisões entre os companheiros, muito menos de uma discussão democrática sobre objetivos a conquistar. Brotou como imposição e assim se desenvolve.

Nada como o tempo para meditações, mas terá o frágil comando petista tido ânimo para tanto, neste Carnaval?
Pedro Simon, afinal

Neste Carnaval despojado de política, uma exceção. Em entrevista ao jornal mineiro "O Tempo", o senador Pedro Simon decidiu botar o dedo na ferida, concordando com as críticas de Jarbas Vasconcelos. Declarou que o PMDB se oferece para ver quem paga mais e quem ganha mais, numa contundente análise não apenas sobre a sucessão presidencial, mas abrangendo os últimos anos. Em suas palavras, o comando do partido não está à altura de suas responsabilidades, sempre disputando carguinhos e benesses.

Para Simon, entre Dilma Rousseff e José Serra, os dirigentes do PMDB hesitam, imaginando que vantagens poderiam auferir.

Parece certo que nem Michel Temer nem José Sarney se preocuparão em responder ao senador gaúcho, classificando-o na mesma situação de Vasconcelos. Para eles terá sido apenas um desabafo. Podem estar enganados, porque o efeito dominó costuma surpreender...
Os beneficiários

Não é apenas na literatura policial que os detetives começam suas investigações com a clássica pergunta de "a quem interessa o crime". Na política também acontece, ainda que se troque o Código Penal pelo Código Eleitoral.

Dia 3 o plenário do Tribunal Superior Eleitoral decide a questão do Maranhão. Seus nove ministros selarão a sorte do governador Jackson Lago, eleito em 2006 e acusado de abuso de poder econômico. O relator do processo, ministro Eros Grau, já votou pela cassação.

Dias atrás o TSE fulminou o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, por motivos parecidos. Assumiu, pelas estranhas voltas dadas pela legislação eleitoral, o segundo colocado nas passadas eleições, o senador José Maranhão. Nada contra ele, ex-governador, a não ser o fato de que perdeu para Cássio Cunha Lima. Traduzindo: a Justiça Eleitoral privilegia os derrotados. Contraria a vontade soberana do povo. Indicam a lógica e o bom senso que no caso de um governador se ver incurso em crime é a Assembléia Legislativa o foro natural para retirar-lhe mandato. Pode, é claro, e deve ser julgado pela Justiça, no caso a eleitoral. Mas a cassação, presume-se que em nome do eleitorado, só deveria ocorrer por decisão daqueles que também foram votados, os deputados estaduais. Como a eles, da mesma forma, deveria ser dada a prerrogativa de eleger o sucessor.

Com todo o respeito, à Justiça Eleitoral deveriam caber o julgamento, a condenação e a recomendação de cassação, mas deixar a perda de mandato a doutos juristas que jamais concorreram a uma eleição significa desprezar a peça mais importante em todo processo político, "Sua Majestade o Eleitor", como dizia o saudoso dr. Ulysses Guimarães.

Assim, tanto no caso de Cássio quanto no de Jackson e qualquer outro, a decisão precisaria estar nas Assembléias Legislativas, importando menos a qualidade de seus integrantes.

Estas considerações conduzem à necessidade de retificação da lei eleitoral e da própria Constituição, valendo chegar ao resultado final que se delineia para o Maranhão, o mesmo verificado na Paraíba: verificada a cassação de Jackson Lago pelo TSE, assumirá o governo do estado o segundo colocado, ou melhor, a segunda colocada, nas eleições de 2006, a senadora Roseana Sarney. Quer dizer, derrotada nas urnas, ganha no "tapetão", sem legitimidade eleitoral. Já foi governadora, dispõe de peso político e de capacidade administrativa, mas perdeu, dois anos e pouco atrás.

A quem beneficia a sentença presumida do Tribunal Superior Eleitoral?
Encontro com Obama

Agendada para o próximo dia 17, em Washington, o encontro dos presidentes Lula e Obama poderá constituir-se em mais do que apertos de mão, tapinhas nas costas e votos mútuos de felicidade. Mesmo sem esperar que os Estados Unidos concedam ao Brasil status de parceiro privilegiado na luta contra a crise econômica, salta aos olhos que se continuar a discriminar nossas exportações, munição não nos faltará para retaliar. Foram-se os tempos em que eles mandavam e nós obedecíamos. Não se cometerá o exagero de supor nosso País ingressando no "exército brancaleone" de Hugo Chávez e companhia, mas somos necessários precisamente para conter os ventos bolivarianos que sopram no continente.


Obama precisa desfazer a lambança criada por George W. Bush, interessado que está na mudança da postura imperial estabelecida pelo antecessor. Foram-se os tempos, é óbvio, do comentário feito por Nixon a Médici, de que para onde o Brasil se inclinasse, iria toda a América do Sul. Mas é mais ou menos por aí que flui o processo político do Hemisfério. A influência do presidente Lula nos arroubos do coronel Chávez forneceria ao presidente americano oxigênio bastante para enfrentar dificuldades do outro lado do Atlântico sem preocupar-se com a retaguarda.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Moka diz que vencer em Corguinho é compromisso do PMDB


Moka diz que vencer em Corguinho MS) é compromisso do PMDB
Fernanda França
Minamar Júnior/Arquivo

Moka diz que é compromisso do PMDB eleger Dalton
O presidente regional do PMDB, deputado federal Waldemir Moka, afirmou que vencer as eleições em Corguinho, programadas para dia 22 de março, “é compromisso do partido”.

A intenção do PMDB é ampliar de 28 para 29 o número de prefeituras conquistadas em Mato Grosso do Sul, o que ajudará a dar sustentação à campanha de reeleição do governador André Puccinellli em 2010.

O candidato do PMDB à prefeitura de Corguinho, Dalton de Souza Lima, encabeça a coligação “Juntos pelo desenvolvimento” (PMDB, PT, PRB e PSB), tendo como vice Adalzizo Ribeiro Paraguassú.

Segundo Moka, o governador está totalmente engajado na campanha. Prova disso foi seu discurso durante recente ato público promovido pelo PMDB, quando convocou a militância do partido a apoiar Dalton em Corguinho.

“O governador além de participar quer todos os militantes peemedebistas atuando de corpo e alma para assegurar a vitória de Dalton nas urnas. E o povo sabe o que é melhor para Corguinho”, destacou Moka, durante entrevista ao programa "Bastidores do Poder", do canal 4 da Net.

Corguinho terá nova eleição para prefeito e vice porque o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou o registro de candidatura do prefeito eleito Ubaldo Lopes (PP).

Ele foi condenado em 1999 por transporte de eleitores, porém disputou a eleição de outubro por força de liminar.

Como Ubaldo Lopes obteve mais de 50% dos votos válidos, o segundo colocado não pôde assumir o comando da cidade. Quem está na função interinamente é o presidente da Câmara, Téo Massi (PDT), que também vai disputar a eleição.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Marta Suplicy se separa do argentino Luis Favre

FM PAN - Redação

A ex-prefeita da cidade de São Paulo Marta Suplicy está separada do político argentino Luis Favre, informa a coluna Mônica Bergamo no jornal Folha de S.Paulo.

Depois de oito anos juntos, eles tomaram a decisão nesta semana e passarão o Carnaval solteiros.

Marta e Favre estavam juntos desde 2001 e se casaram em setembro de 2003. O casal já enfrentava crises há algum tempo e tentou superá-las.

Terra

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Jarbas Vasconcellos pode ter salvo o PMDB da contaminação e do adesismo (Helio Fernandes)

O nome do dia é apenas um: Jarbas Vasconcellos. Ele é o PMDB da mesma forma como foi MDB, nos tempos gloriosos em que essas três letras representavam a resistência, a não subserviência, a consciência de que a coerência política e eleitoral consistiam em lutar.

Só que o PMDB não é Jarbas Vasconcellos, este atrapalha a adesão, prejudica os negócios, compromete a "conquista" dos mais variados, cargos, divididos "irmãmente", feito cão e gato.
No meu MDB a partir de 1966 (quase o auge do endurecimento que estava a caminho), Jarbas tinha lugar garantido, levava para Recife e Pernambuco a convicção, a certeza e a constatação que fora da luta contra a ditadura não existia o que se chamava despudoradamente de democracia.

Jarbas foi rapidamente para o plano federal, que já não era o Rio de Janeiro capital e sim Brasília mortal, em termos de mordomias, facilidades, privilégios, adesões em nome de compensações. (Tudo que ele agora desvenda e retira dos subterrâneos da indignidade.)

Quando Jarbas foi prefeito de Recife pela primeira vez e depois governador também pela primeira vez, estive no Recife. Fomos à televisão e ao rádio duas vezes, não havia assunto fechado para nós. Não era debate e sim conversa pública, nossa resistência tinha a mesma origem e o mesmo fim. Rigorosamente iguais.

Candidato a deputado federal em 1966 pelo MDB da antiga Guanabara, este repórter era tido e havido como o mais votado. Cassado no dia 11 de novembro (a eleição seria no dia 15) o MDB não só da Guanabara mas do Brasil todo, se omitiu.

Só recebi o lamento e o apoio dos "autênticos" e de Jarbas Vasconcellos. Cassado, preso, proibido de escrever e de dirigir jornal, ganhei um artigo na Constituição de 1967. (Chamar de Constituição é um absurdo. Foi um punhado de ignomínias empurradas pela garganta de quase todos. Fizeram este artigo, textual: "Nenhum jornalista cassado pode ser diretor de jornal".)

Agora é a hora de relembrar esse bravo e compenetrado Jarbas Vasconcellos, que, desde que chegou ao Senado, vem se destacando pela clareza de suas posições, pela linha independente, pelos fatores positivos que imprime à sua atuação.

Agora deu o xeque-mate, ninguém tem coragem de mexer no tabuleiro e movimentar alguma pedra para atingi-lo. Se fizerem, será um boomerang.

Mestre Graciliano Ramos, nos seus tempos incógnitos (antes de ser descoberto pelo grande e injustiçado Augusto Frederico Schmidt), costumava dizer: "Uma frase só está perfeita e definitiva quando não se puder colocar ou tirar uma vírgula que seja". Magistral.

Pois a entrevista de Jarbas Vasconcellos seria abençoada por Graciliano. Ela é completa, tem início, meio e fim, com a coerência, a consistência e a consciência que só os grandes personagens podem exibir.

Não vou reproduzir o texto, apenas exaltar o autor. Jarbas não se omitiu por um momento que fosse, não livrou ninguém, não tentou fazer média ou "plantar" para daqui a pouco.

Falou, explicou, rotulou, identificou, marginalizou, arrasou com toda a simplicidade todos que no seu entendimento, claro e preciso, mereciam estar no Campo da Lampadoza, com as vísceras expostas, e o corpo esquartejado. Nenhuma injustiça.

Grande repercussão da entrevista, dos adjetivos, daqueles que precisavam ser atingidos e o foram com pontaria impressionante. Mas a maioria das análises sobre a entrevista imprecisas, inócuas, ininteligíveis.

Jarbas não está sozinho no PMDB, longe disso. Muitos acreditavam que não valia a pena lutar, a "cúpula" era e é poderosa demais. Agora isso ficará visível, Jarbas não deixará o PMDB, o PMDB não tem cacife para expulsá-lo.

PS - A entrevista, oportuna, na hora certa e com total autenticidade. Mas podem escrever: influenciará de forma soberba, irrevogável e irrefutável o alinhamento dos presidenciáveis para 2010.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Lula avisa que Dilma vai continuar viajando


(Da Tribuna da Imprensa)

RECIFE - Um dia depois do DEM e do PSDB apertarem o cerco ao governo federal contra o que estão classificando como "antecipação de campanha eleitoral" para beneficiar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu, ontem, com irritação e respondeu duramente aos adversários, a quem atribuiu "um comportamento injusto e pequeno". As declarações foram feitas durante uma rápida coletiva à imprensa, após a visita do presidente ao primeiro projeto de aquicultura marinha do País, em Recife.

"Eu sinceramente acho isso uma coisa tão absurda, tão pequena. Uma pessoa só é candidata depois que acontece a convenção de seu partido, que só acontecem no ano que vem. É a Dilma que trabalha aos sábados e domingos. É a Dilma que vai até as 3h da manhã. É ela quem acompanha cada obra, que conversa com cada prefeito e governador deste País, incluindo o Serra (José), sobre o andamento das obras do PAC. É ela que vai ao TCU. Foi ela quem eu denominei a mãe do PAC. Por isso, a Dilma vai continuar viajando e acompanhando tudo de perto", avisou.

Lula aproveitou ainda para alfinetar democratas e tucanos ao questionar se os adversários "colocariam seus pré-candidatos em uma redoma, para evitar que viajassem pelo País". "Nós, do governo, estamos interessados em garantir que o trabalho ande, em fazer com que todas as obras do PAC sejam concluídas até o final de 2010. E eles? Qual será o motivo das viagens que os pré-candidatos deles estão fazendo? O nosso é claro. Não estamos fazendo campanha. Quem tem interesse em fazer campanha são eles", afirmou.

Ao ser questionado diretamente sobre a candidatura da ministra em 2010, Lula evitou polemizar. "A Dilma é ministra e vai continuar trabalhando como ministra até que, se for aprovada para ser candidata, se afaste do cargo", destacou.

A ausência da ministra Dilma Rousseff no evento foi comentada por aliados e adversários. Em reserva, um parlamentar pernambucano ligado à oposição garantiu que "só foi ao evento para ver o clima de campanha". Já o ex-prefeito de Recife, João Paulo (PT), conhecido por seus pronunciamento irreverentes lamentou a "falta que a Dilma faz". "Ela é uma pessoa fantástica. Pena que teve que ir embora ontem (quinta-feira) ainda. Mas não tem problema, fizemos um convite e ela disse que iria tentar vir para cá para brincar o Carnaval. Será uma maravilha", garantiu. Dilma estava no Rio Grande do Sul, onde participou da inauguração de obras do PAC na cidade de São Leopoldo.

Quinta-feira, a ministra acompanhou uma extensa programação que incluiu visita às obras da ferrovia Transnordestina e de duplicação da BR-101, no interior de Pernambuco. Por onde passou, Dilma foi o alvo principal de elogios de políticos aliados, integrantes do governo e empresários, além do assédio de populares.
Vice

Perguntado sobre as especulações de que haveria o interesse em convidar o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, para ocupar a vaga de vice em uma eventual chapa encabeçada pela ministra Dilma, Lula foi discreto, mas deixou claro nas entrelinhas sua disposição em apoiar o aliado à reeleição. "O Eduardo começou uma obra muito grande em Pernambuco e dificilmente eu acredito que ele vá conseguir fazer tudo o que tem que fazer em quatro anos. Ele é hoje uma das principais lideranças políticas deste País e pode dar o salto que quiser. Mas o que eu realmente acho é que os adversários do Eduardo devem se preparar", concluiu.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Dilma posa de pré-candidata para 4 mil prefeitos

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) terá na próxima semana mais um palanque para reforçar sua imagem de pré-candidata à Presidência da República, quando mais de 4.000 prefeitos empossados em janeiro estarão em Brasília para um encontro nacional patrocinado pelo governo federal.

Além de municiar os prefeitos sobre os programas do Executivo, o Palácio do Planalto anunciará medidas para socorrer os administradores que assumiram municípios com dificuldades financeiras, incluindo-os no pacote de benesses anticrise do governo.

Entre as medidas estão facilidades para o pagamento da contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) das prefeituras que estão inadimplentes. A equipe do Ministério da Fazenda ainda não chegou a uma conclusão de que forma a proposta será colocada em prática, como o número de parcelas do financiamento da dívida ou se haverá desconto para estimular o pagamento.

A informação foi dada pelo ministro José Múcio (Relações Institucionais), que esteve reunido anteontem com Guido Mantega (Fazenda). "Vamos antecipar uma série de providências para a geração de empregos nos municípios", afirmou o ministro, que evitou detalhar o pacote. "Não é um perdão. Vamos facilitar o pagamento do INSS. Os técnicos da Fazenda estão reunidos para ver o que podem fazer", disse.

Segundo a Receita Federal, as prefeituras podem parcelar em até 60 meses qualquer imposto que deixou de ser pago, inclusive a contribuição previdenciária. Se é feito um reparcelamento, a prefeitura tem que pagar um pedágio de 20% do total da dívida. No terceiro pedido de parcelamento, o pedágio passa a ser de 50%.

As prefeituras endividadas com o fisco não recebem uma certidão negativa do governo federal. Sem essa certidão, estarão impedidos, por exemplo, de tomar empréstimos em instituições financeiras e organismos multilaterais.

Outra medida em estudo para os prefeitos é a criação de uma linha de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a compra de máquinas, o que atende os municípios de áreas rurais.

"Agenda"

Subordinados de Lula envolvidos na organização do evento dizem que a ideia da reunião com os prefeitos é construir uma "agenda de compromissos" com o governo. A conclusão das obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), principal projeto do segundo mandato de Lula e vetor da eventual candidatura de Dilma à Presidência, depende em parte do desempenho das prefeituras, que tem contrapartidas, entre outras atribuições.

Dilma coordenará um painel na quarta-feira à tarde, quando falará aos prefeitos sobre o PAC e outros projetos, e seus impactos nos municípios.

Todos os ministros foram convocados por Lula, além dos presidentes dos bancos públicos e de órgãos como o Tribunal de Contas da União e o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A primeira-dama Marisa Letícia falará sobre direitos da criança e do adolescente na terça-feira (10) à tarde.

Fonte: Anastácio Notícias

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Prefeito Fauzi Suleiman, de Aquidauana - MS, cumpre intensa agenda em Brasília



Fonte: FM PAN - Redação

O prefeito Fauzi Suleiman participará nos dias 10 e 11 de fevereiro, em Brasília, do encontro dos prefeitos eleitos e reeleitos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, organizado pelo governo federal.

Na carta enviada aos prefeitos, Lula diz que deseja estabelecer um compromisso para acelerar os investimentos públicos e enfrentar os baixos indicadores sociais do país.

Embora no texto o presidente da república não cite a crise internacional e seus reflexos nas economias locais, ele se pronunciou a respeito no Fórum Social Mundial, em Belém do Pará. “A crise é grave, ainda não sabemos o fundo dela”, disse Lula.

Programas sociais

Um dos objetivos do encontro é fazer com que os prefeitos conheçam as ações do governo federal que podem ser levadas para os municípios. Na oportunidade também serão apresentados programas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), Mais Saúde, Territórios da Cidadania e Agenda Social do Governo.

Na programação do evento, haverá palestras de dirigentes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Diversos painéis também serão apresentados, tendo a frente os ministros Fernando Haddad (Educação), José Gomes Temporão (Saúde), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Dilma Rouseff (Casa Civil), Márcio Fortes (Cidades), Carlos Minc (Meio Ambiente) e Tarso Genro (Justiça). Entre os enfoques, mortalidade infrantil, analfabetismo e combate à pobreza.

Agência de Comunicação Social

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Quais serão os candidatos a vice de Serra e Dilma? (Pedro do Coutto)

Praticamente definida, pela pesquisa Sensus-CNT, a principal disputa entre José Serra e Dilma Roussef para a sucessão presidencial de 2010, quais serão os candidatos a vice na chapa de um de outra? Eis aí uma questão interessante em torno da qual inevitavelmente vão se desenvolver, a partir de agora, as articulações políticas. Embora as eleições sejam em outubro do próximo ano, a oportunidade do tema já se coloca. Afinal, não estamos distantes do processo sucessório.

Há que considerar que o prazo de desincompatibilização é de seis meses, portanto termina no início do próximo exercício. E o de filiação partidária acaba no final de setembro deste ano, portanto daqui a apenas oito meses. As convenções partidárias, pela lei eleitoral, têm que ser realizadas entre seis e três meses da data do pleito. De abril a julho.

Observando-se o calendário legal, verifica-se que o encaminhamento já está na sua hora. Inclusive porque a desincompatibilização atinge os candidatos que ocupam cargos executivos, tanto para presidente quanto para vice. José Serra, por exemplo, tem que passar o governo de São Paulo a Alberto Goldman. Dilma Roussef terá que ser substituída.

Sérgio Cabral, se for o candidato a vice da chefe da Casa Civil, terá que deixar o Palácio Guanabara. Se for Gedel Vieira Lima, este sairá do Ministério da Integração. Heloisa Helena, eleita vereadora em Maceió, não se encontra atingida pela lei. Ciro Gomes também não, é deputado federal.

E Aécio Neves? Se vier a ser candidato a presidente, pelo PSDB, o que é improvável, necessita renunciar seis meses antes. Mas se resolver disputar por outro partido, neste caso tem que se transferir de legenda até setembro de 2009.

Numa outra leitura, se terminar aceitando ser vice de Serra, Aécio precisará renunciar no início de abril ao Palácio da Liberdade. Portanto, devemos levar em conta que o prazo eleitoral configura-se como uma curva na estrada. Quando se olha com mais atenção o carro que por ela passa já está muito próximo dos que tentam cruzar a pista.

Se Cabral for candidato a vice de Dilma, terá que renunciar, deixando o posto para o vice Luiz Fernando Pezão. Mas mesmo que não deseje concorrer à vice-presidência, se a reeleição acabar, como parece provável, ele deverá se afastar para concorrer ao Senado, mandato que conquistou nas urnas antes de chegar ao governo do Rio.

Por falar em RJ, o PMDB poderá apresentar, no estado, dois candidatos a senador: Sérgio Cabral e Jorge Picciani, que, ao ser reeleito presidente da Alerj, anunciou esta intenção. Em 2010, são duas vagas para o Senado. Visto sob o ângulo de hoje, o quadro parece vazio. Não será nenhum absurdo admitir que o partido pode concorrer com possibilidade real de êxito até para as duas vagas, no momento ocupadas por Regis Fichtner e Marcelo Crivela.

Paulo Duque ocupa o lugar de Fichtner, licenciado.

Cesar Maia, depois do insucesso de sua segunda administração, sofreu natural processo de esvaziamento. Denise Frossard deve preferir a Câmara dos Deputados. Basicamente, Cabral e Picciani enfrentariam Crivela. Garotinho procura um rumo e uma legenda, que pode acabar sendo o PSDB. Poderia disputar o governo, dificilmente o Senado Federal.

De qualquer forma, os quadros estaduais não mudam as articulações federais em torno da vice-presidência da República. Não são amplas. Pois, na realidade, Serra e Dilma não possuem muitas alternativas. Pelo contrário. No caso de Aécio, elas são menores ainda.