Foto: Laycer Tomaz/Agência Câmara
"Queria destacar a atuação do Sandro Mabel, comprometido com este parlamento, dedicado ao povo de seu Estado", disse o petista se referindo ao comportamento que considerou "de garra e persistência" do principal concorrente. Mabel, que não tinha o apoio do próprio partido para a candidatura, obteve 106 votos dos 509 deputados presentes.
Maia considerou "supreendente" a quantidade de votos recebida pelo deputado Chico Alencar. "Ele representa o crescimento deste pensamento, que tem sem dúvida nenhuma contribuído para o debate político", afirmou.
O novo presidente da Câmara elogiou, ainda, a postura de Jair Bolsonaro, que registrou candidatura sem esperança de obter votos. "De vez em quando eu fico com saudade do Bolsonaro, porque dentro do parlamento nós temos divergências, e é só falar em ditadura que em cinco minutos ele aparece", disse Maia.
As três candidaturas avulsas à presidência da Casa criticaram o que seria um "presidente imposto", se referindo ao apoio de 21 dos 22 partidos com representação na Câmara à candidatura de Maia e, principalmente, ao aval do Palácio do Planalto. Mabel afirmou que vai cobrar de Maia uma postura independente da Câmara em relação ao poder Executivo.
"Espero que ele faça um bom mandato, que vire poder, que resgate a independência do Legislativo e vamos ajudar, trabalhar e cobrar", disse Mabel, que deverá ser expulso do partido por insistir na candidatura avulsa ao principal cargo da Mesa Diretora.
Ele afirmou não temer as consequências. "Acho que não estou pagando um preço muito alto. Se o partido não respeita o seu membro, se acha que deve expulsar por disputar eleições, então é uma decisão que o partido vai tomar e eu não me arrependo", disse.
Projeção à frente de CPI
Na Câmara pela terceira vez, Marco Maia, 46 anos, assumiu a presidência da Casa depois da renúncia de Michel Temer (PMDB-SP), que ocupava o cargo, para assumir a vice-presidência da República. Antes disso, Maia tinha conseguido destaque nacional quando se tornou relator da CPI do Sistema de Tráfego Aéreo, entre maio e outubro de 2007.
Na comissão foram investigados os dois acidentes aéreos mais graves e recentes do País, com o voo JJ3054 da TAM, em julho daquele ano, e com o voo 1907 da Gol, em setembro de 2006. Os parlamentares também investigaram a revolta dos controladores de tráfego militares, que ocorreu em março de 2007.
Os outros cargos da Mesa Diretora da Casa também foram definidos. Pela primeira vez, uma mulher vai ocupar a primeira vice-presidência da Câmara: será a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES). O primeiro secretário da Câmara será o deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), a segunda secretaria será ocupada por Jorge Tadeu Mundalen (DEM-SP), o terceiro secretário será o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) e a quarta secretaria será de Júlio Delgado (PSDB-MG).
As suplências de quatro secretarias serão ocupadas, respectivamente, pelos deputados Geraldo Resende (PMDB-MS), Manato (PDT-ES), Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE) e Sérgio Moraes (PTB-RS). Além da presidência, apenas outro lugar na Mesa, a segunda vice-presidência, foi disputada por mais de um candidato. Concorreram ao cargo os deputados Eduardo da Fonte (PP-PE), vencedor da eleição de hoje com 288 votos, e Rebeca Garcia (PP-AM), que apresentou candidatura avulsa ao cargo.
- Terra