segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Aliados comemoram entrada de Lula na negociação da CPMF

26/11/2007 - 21h24

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de partir para o corpo-a-corpo com os senadores na tentativa de assegurar a aprovação da prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foi comemorada pelos aliados. Os responsáveis pelas articulações políticas no Senado negaram que a iniciativa de Lula seja um desprestígio ao trabalho deles.

"Para aprovar a CPMF, todos precisamos entrar em campo", afirmou o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), depois da cerimônia de posse em que assumiu oficialmente o novo cargo, no Palácio do Planalto. "Não há desprestígio algum. Somos prepostos do presidente da República. Há uma parceria", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Jucá disse que a participação direta do presidente nas negociações contribuirá para tentar convencer os indecisos e até alguns resistentes à prorrogação da contribuição até 2011. "Estamos em um processo de convencimento. O presidente Lula precisa estar próximo ao Congresso", afirmou ele.

O líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), disse que "dificilmente" algum senador "resiste ao apelo" do presidente da República. "Estava na hora de o presidente entrar em campo, sentar e conversar com um senador e até tomar um café", afirmou ele. "Acho que dificilmente um senador que está contra resiste a um apelo do presidente."

Depois de decidir que conversará com os senadores, Lula anunciou que fará o corpo-a-corpo durante a reunião do conselho político realizada nesta segunda-feira. A Folha Online apurou que o principal foco de queixas de que falta de atenção por parte do governo vem do PMDB.

O presidente pediu ainda que Múcio cuide do PTB. Na semana passada, o partido --ao qual Múcio é filiado-- anunciou que deixaria o bloco governista e sinalizou que os seis senadores poderão ser liberados para votar como quiserem em relação à CPMF. Lula quer ter certeza de que os petebistas votaram fechados com o governo.

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u348885.shtml

sábado, 24 de novembro de 2007

Governistas chamam FHC de preconceituoso e arrogante por criticar escolaridade de Lula

GABRIELA GUERREIRO
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Líderes governistas reagiram nesta sexta-feira às declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que os brasileiros "não podem ser liderados por quem não prioriza a educação".

A frase foi interpretada por governistas como "preconceituosa", que entenderam que foi uma crítica à baixa escolaridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ex-ministro da Educação, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o nível de escolaridade não representa a capacidade intelectual de ninguém. "Se ele quis falar em relação ao presidente Lula, como tudo indica, foi não apenas um preconceito como um equívoco. Porque o Lula pode não ter estudado formalmente, mas ele fala português direito."

Cristovam criticou o fato de FHC e Lula não terem realizado no país uma "revolução" na educação básica do país --o que o senador considera como fundamental para o crescimento brasileiro. "Acho que foi infeliz. E aí há uma coisa que se parecem muito Fernando Henrique e Lula: os dois falam demais."

Para o líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), a opinião do ex-presidente expressa "arrogância, preconceito e desconhecimento" dos fatos. "De forma indireta, passa o preconceito dele em relação à grande maioria do povo brasileiro que fala como o presidente Lula. Sugiro que ele faça uma comparação entre o que foi realizado no seu governo e o que vem sendo construído no do presidente Lula."

O novo líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), disse que o ex-presidente foi "infeliz e preconceituoso", além de não ter sido fiel às estatísticas. "Quando se comparam os investimentos do atual governo na área de educação com o anterior, eu tenho convicção que ganhamos disparado."

Fontana também considerou a frase de FHC um "desrespeito" porque acredita que as palavras "alimentam o preconceito" no país. "Alguns constroem a inteligência nos bancos de universidades, outros em sindicatos. E ainda bem que esse não é o pensamento da maioria dos brasileiros", afirmou.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que a frase de FHC mostra o quanto os tucanos agem baseados no preconceito. "Eles não conseguem admitir que alguém que não seja da classe deles, do status deles, que não tenha pedigree, possa fazer melhor para a maioria do povo do que eles, que não tiveram capacidade de fazer."

A exemplo de Fontana, Ideli afirmou que os números mostram que a educação evoluiu durante a gestão de Lula.

O presidente da comissão de Educação da Câmara, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), criticou a opinião do tucano. Vieira recomendou que FHC acompanhe, por intermédio dos deputados do PSDB, os projetos enviados pelo governo à comissão.

"O comentário foi lamentável e preconceituoso, sem razão. O ex-presidente Fernando Henrique poderia acompanhar mais de perto o que está sendo discutido na comissão."


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u348184.shtml

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Conselho de Ética pede a cassação de Renan por uso de "laranjas"

14/11/2007 - 18h58

BRASÍLIA (Reuters) - O Conselho de Ética aprovou o relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM), que recomendou nesta quarta-feira a cassação do mandato do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro. No processo, ele é suspeito de utilizar "laranjas" para adquirir veículos de comunicação em Alagoas.

Foram 11 votos favoráveis e três contrários ao relatório e agora o processo segue para a Comissão de Constituição e Justiça e depois para o plenário do Senado. Votaram a favor de Renan os senadores Valter Pereira (PMDB-MS), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Almeida Lima (PMDB-SE).

Péres apresentou indícios que, segundo ele, comprovariam denúncias feitas pelo ex-deputado e usineiro alagoano João Lyra sobre a sociedade de Renan na compra de duas emissoras de rádio e do jornal O Tempo, de Maceió (AL). Lyra, que já foi aliado e sócio de Renan, agora é seu inimigo político.

"Um conjunto tão forte de indícios vale como prova, os indícios reunidos dão credibilidade ao depoimento de João Lyra", disse Péres ao apresentar o relatório.

Diante desses indícios, o relator afirmou que Renan Calheiros teria ferido o Código de Ética e Decoro Parlamentar, que proíbe os deputados e senadores de possuírem ou serem membros societários de veículos de comunicação.

"Na melhor das hipóteses, ele usou o cargo para ajudar amigos e, na pior, para se beneficiar", acrescentou Péres. As compras aconteceram em 1995, quando Renan era ministro da Justiça do governo de Fernando Henrique Cardoso.

O advogado de Renan, José Fragoso, disse no conselho que não há provas contra o senador.

"Não há processo que prescinda de prova. O senhor João Lyra é hoje inimigo de Renan Calheiros e o testemunho dele não pode ser levado em consideração. Nos autos do processo não há sequer uma prova contra o senador Renan", disse Fragoso.

Wellington Salgado, aliado de Renan, já falava em derrota antes da votação final pelo conselho. "Essa representação é protocolada pelo DEM e pelo PSDB e há integrantes dos dois partidos aqui no conselho. Eu já me sinto derrotado."

Para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), "é muito difícil a comprovação direta desse tipo de crime. O corruptor, por exemplo, não deposita o dinheiro na conta do corrupto. Colarinho branco raramente deixa rastros."

Antes, o Conselho de Ética arquivou a representação contra Renan por ingerência na Receita Federal e no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para beneficiar a cervejaria Schincariol. Nove senadores votaram a favor de Renan e cinco, do PSDB e do DEM, se abstiveram.

O arquivamento foi pedido pelo relator, senador João Pedro (PT-AM). Segundo ele, as investigações realizadas não indicam falta de decoro ou qualquer outra conduta que justifique a cassação de mandato de Renan.

Há outras duas representações sobre a conduta de Renan em análise pelo conselho. Ele também foi absolvido pelo plenário do Senado na primeira acusação, em que era suspeito de pagar pensão com recursos de lobista de uma empreiteira.

(Texto de Carmen Munari; Edição de Mair Pena Neto)

Fonte: Notícias Uol

http://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/2007/11/14/ult1928u5085.jhtm





segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Deputado ou Senador custa R$10 milhões aos brasileiros

* Deputado custa 10 milhões

Levantamento da ONG Transparência Brasil revelou que os brasileiros pagam, anualmente, uma média de R$ 10,2 milhões por deputado ou senador - mais de quatro vezes o consumido pelo parlamentar europeu (R$ 2,4 milhões).

O custo é amplificado por deficiências na produtividade legislativa, aponta o estudo. Nesta semana, começa ser discutida, sob lobby de prefeitos, proposta que delimita o número de vereadores e reduz repasse de verbas para as Câmaras.

(Jornal do Brasil - Sinopse Radiobrás)

sábado, 10 de novembro de 2007

FHC e Bornhausen assumem comando de oposição à PEC

BRASÍLIA - A decisão da bancada do PSDB no Senado de não fechar acordo com o Planalto para votar a favor da emenda que prorroga a CPMF dividiu os principais dirigentes do partido e levou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente do DEM e ex-senador Jorge Bornhausen a retomarem o comando da oposição.

Apesar da resistência dos governadores tucanos José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, que preferem negociar a prorrogação do imposto do cheque, Fernando Henrique e Bornhausen afinaram o discurso e acertaram que o PSDB não deixaria o DEM sozinho na oposição ao governo Lula.

Na terça-feira, menos de quatro horas depois de ter saído do gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega, onde esteve com outros integrantes da cúpula tucana para comunicar o fim das negociações, o senador Sérgio Guerra (PE), futuro presidente do PSDB, recebeu cumprimentos entusiasmados do ex-presidente pelo telefone.

Na conversa, FHC disse que seria um erro estratégico a aproximação dos tucanos com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, nesse jogo político apenas o PT ganharia. E o PSDB perderia não só o discurso oposicionista como um aliado histórico, que é o DEM, antigo PFL.

Durante a conversa, Sérgio Guerra e Fernando Henrique passaram em revista as necessidades de caixa do governo Lula. Também avaliaram o papel que a CPMF, se prorrogada até 2011, teria na construção do discurso petista para as eleições presidenciais de 2010.

Do ponto de vista fiscal, o ex-presidente não vê nenhum risco para a governabilidade numa eventual rejeição da CPMF. Além disso, ele desconfia que o excesso de dinheiro em caixa proporcionado pela manutenção do imposto pode levar o PT a aumentar sua capacidade de gastos em obras e projetos eleitoreiros, esmagando a oposição.

"Esse Fernando Henrique sabe ver o jogo", disse Sérgio Guerra a dois interlocutores tão logo desligou o celular. A radicalização do discurso da oposição pode estar correta do ponto de vista estratégico, mas do ponto de vista tático cria dificuldades para os governos de Serra e Aécio.

Levantamento divulgado por Mantega na quarta-feira mostra que sem os repasses da CPMF o Estado de São Paulo sofreria perdas de mais de R$ 3,77 bilhões e Minas Gerais, de R$ 1,61 bilhão. Para Serra, foi um erro tático não insistir nas negociações com o Planalto, conforme comentou um líder tucano.

Um parlamentar que participou da reunião com Mantega disse que ela "causou um pequeno constrangimento" à bancada, "mas já está resolvido". Para esvaziar a influência de FHC sobre Bornhausen, o Planalto joga com o convite para que o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), vá conversar com Lula sobre uma eventual retomada das negociações.

"Não há razão nem possibilidade de voltar a falar em negociação. O governo agora tem de cuidar da maioria que já tem, sob o risco de perder até apoio de sua base", avaliou Guerra.

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica03


sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Condoleezza, Mandela, Lula, Serra e Alckmin numa mesma festa de formatura: Universidade Zumbi dos Palmares

* Vai ser a maior festa de formatura que já se viu.

O número de alunos até que é modesto, 126.

Grande é a platéia.

Para a colação de grau, em março, foi reservado o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, com capacidade para 12 mil pessoas.

A maioria levará para casa o primeiro diploma universitário de suas famílias.

Criada em 2003 com a reserva de metade de suas vagas para estudantes que se declarem negros, a Universidade Zumbi dos Palmares tem hoje entre seus 1,5 mil alunos 87% de afrodescendentes.

A mensalidade é de R$ 260, 50% do custo.

A outra metade é bancada por empresas patrocinadoras.

Mais de um terço da primeira turma de formandos, do curso de administração de empresas, foi absorvida por bancos privados em cotas de seus programas de estágio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado para ser o patrono da turma.

O atual e o ex-governador de São Paulo, José Serra e Geraldo Alckmin, serão os paraninfos.

A lista de convidados inclui Nelson Mandela e Condoleezza Rice.


Valor Econômico - Sinopse Radiobrás)