"CartaCapital" destaca coerência da TRIBUNA
SÃO PAULO - A Revista "CartaCapital" destaca, em sua edição que chegou às bancas ontem, que a TRIBUNA DA IMPRENSA "mostra coerência e firmeza em sua linha editorial e uma notável capacidade de sobrevivência".
A publicação lembra que o Editorial do último dia 2 conta como o jornal "foi forçado a interromper a circulação, devido à demora do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, para julgar a indenização cobrada da União desde 1979, por perseguições na ditadura. O processo aguarda decisão em sua mesa desde abril de 2006".
Abaixo, a íntegra do que diz a "CartaCapital":
Por uma dessas ironias da história, a Tribuna da Imprensa, jornal fundado por Carlos Lacerda em 1949 e que serviu ao golpismo udenista do segundo governo de Getúlio Vargas ao início do governo João Goulart, deixou de circular por efeito retardado do golpe militar que seu fundador tanto desejou, embora tenha cortado laços com o Corvo bem antes do golpe de 1964.
O jornalista Hélio Fernandes, que o adquiriu em 1962, imprimiu-lhe outra orientação, criticou a ditadura e pagou o preço de dez anos de censura prévia, de junho de 1968 a junho de 1978 e de um atentado a bomba em março de 1981. Sofrendo o boicote dos anunciantes após a truculência da ditadura, o jornal mostrou coerência e firmeza em sua linha editorial e uma notável capacidade de sobrevivência.
Mas o editorial na primeira página da última edição, de 2 de dezembro de 2008, conta como foi forçado a interromper a circulação, devido à demora do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, para julgar a indenização cobrada da União pelo jornal desde 1979, por perseguições na ditadura. O processo aguarda decisão em sua mesa desde abril de 2006.
Os empregados, que não receberam os salários de outubro e novembro, terão de esperar, sem receber, por uma possível solução. O jornal ainda não morreu definitivamente. A versão on-line continua a ser atualizada e Fernandes, de 88 anos, aposta na indenização para voltar a circular. CartaCapital espera que, no papel ou na internet, a Tribuna da Imprensa continue a prestar seus valiosos serviços ao pluralismo e à democracia e que a justiça tão protelada finalmente seja feita.
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