quinta-feira, 30 de outubro de 2008

PMDB e PT estarão juntos em 2010, diz Cabral



Sérgio Cabral e Eduardo Paes estiveram em Brasília para agradecer apoio de Lula e discutir liberação de recursos

BRASÍLIA - No papel de noiva com dote eleitoral, o PMDB pendeu o pêndulo de seu apoio político em 2010 para o Planalto. Ontem, a pretexto de agradecer o apoio do presidente Lula e pedir recursos para obras do metrô e para a revitalização da zona portuária, o prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, esteve no Planalto, acompanhado do governador do Estado, Sérgio Cabral. À saída da audiência, Cabral e Paes defenderam a união do PMDB, partido de ambos, com o PT e a base governista.

Cabral e Paes prometeram, ainda, empenho para que não haja brigas nem por mais ministérios, nem pela cabeça de chapa em 2010, nem pela presidência do Senado. "Chega de arrivismo. Arrivismo no Executivo levou a um presidente impichado (Fernando Collor de Mello) e, no Congresso, levou ao afastamento do presidente da Câmara (Severino Cavalcanti).

Vamos agora para uma política orgânica, séria e madura, que é isso que o PMDB e o PT estão construindo", declarou Cabral. "É um absurdo ficar solicitando mais um ministério. Não tem cabimento porque o PMDB está muito bem representado", desabafou o governador, acrescentando que "ninguém está discutindo mais ministérios" e que "essa pecha de que o PMDB é um partido fisiológico é uma grande injustiça".

Lula luta para manter a base aliada e está preocupado com a disputa entre PT e PMDB pelas presidências da Câmara e do Senado. O presidente já se propôs até a conversar com alguns envolvidos na questão, quando voltar de viagem ao exterior, na semana que vem para tentar apaziguar os ânimos.

Coube ao governador Sérgio Cabral fazer o papel de defensor da unidade partidária e de perfeita integração com o PT e os demais partidos da base. "No PMDB, vive-se o melhor momento, do ponto de vista da unidade e da participação no governo federal, com ministros prestigiados, bancada coesa na Câmara e no Senado, e o presidente da República respeitando o partido como um presidente respeitou" afirmou Cabral, ressaltando que o PT tem tido o mesmo comportamento, inclusive durante as eleições municipais.

Para Cabral, o momento é de "fortalecer a grande aliança do PT com o PMDB, que dará tranqüilidade ao país e unidade no Congresso, em fevereiro de 2009 (eleição das presidências da Câmara e do Senado) e nas eleições de 2010 para presidente da República e governos estaduais, para que o Brasil avance de maneira estável, democrática e sem solavancos".

Questionado se era candidato a vice na chapa escolhida pelo presidente Lula, desconversou: "imagina....". Além de Eduardo Paes e Cabral, Lula recebeu também ontem em seu gabinete o prefeito eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda.

Paes, que durante a CPI dos Correios, acusou o governo de pagar mensalão a parlamentares, Lula de ser o chefe da quadrilha e sugerir que Lulinha, filho do presidente, teria sido beneficiado em contratos com empresas de telefonia, ontem desconversou. "É hora de olhar para frente", disse. "O Rio nunca teve um presidente tão amigo".

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