segunda-feira, 30 de junho de 2008

CARTA ABERTA DE SOLIDARIEDADE AO MST

“A verdade que afinal se fez evidente (depois copiosamente comprovada) é que o governo do Presidente João Goulart foi derrubado por uma ação conjugada. Os latifundiários temiam a lei da Reforma Agrária que, com a nossa presença no Congresso Nacional, seria inevitável. Por sua vez, o governo norte-americano de então planejou e coordenou o golpe para evitar a aplicação da lei de Remessa de Lucros que poria termo à espoliação do Brasil pelas empresas multinacionais.

O desafio com que nos defrontamos é, por conseguinte, o de retomar as bandeiras daquela tentativa generosa de empreender legalmente as reformas institucionais indispensáveis para liberar as energias do povo brasileiro. Especialmente uma reforma agrária que dê a terra a quem nela trabalha, em milhões de glebas de vinte a cem hectares, em lugar de entregá-las em províncias de meio, de um e até de mais de dois milhões de hectares na forma de super-latifundiários, subsidiados com recursos públicos. E temos também de levantar a bandeira da luta pela regulamentação do capital estrangeiro, para pôr fim à apropriação das riquezas nacionais e ao domínio das próprias empresas brasileiras pelas organizações internacionais.

(Trecho da Carta de Lisboa, documento histórico
dos verdadeiros Trabalhistas, escrita em 1979,
em encontro coordenado por Leonel Brizola)


A Direção Nacional da Juventude Socialista do Partido Democrático Trabalhista – JS/PDT, apresenta ao Povo do Brasil Carta de solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST. Não podemos aceitar que mais uma vez as forças reacionárias se voltem de forma inescrupulosa contra o povo trabalhador do campo.

Fazemos isto por que temos compromisso histórico com a luta pelo acesso à terra neste país. Foram os trabalhistas liderados por Leonel Brizola, que nos anos 60 iniciaram o processo de reforma agrária no Brasil. Quando ainda candidato ao governo gaúcho foi procurado por camponeses que apontavam situações irregulares em relação ao que todos consideravam propriedade de grandes latifundiários, de grandes empresas, algumas estrangeiras, e também de processos de legalização em marcha de algumas áreas. Eles queriam que Brizola assumisse um compromisso de uma vez eleito mudar aquela situação, eles queriam o direto de poder viver da terra e para ela, pois todos estavam na miséria.

Eleito governador, Brizola não só incentivou a luta pela terra, com a criação do primeiro Movimento organizado de trabalhadores rurais, o MASTER, que anos depois resultou no hoje MST. Assim iniciou-se a primeira reforma agrária do país, assentando milhares de homens e mulheres nas cidades de Sarandi e Camaquã, interior gaúcho, este processo não se deu apenas dando a titularidade da terra, mas de apoio técnico para a produção, escolas para as crianças, assistência médica.

Todos os governos pós-ditadura optaram pelo “agrobusiness” em detrimento à reforma agrária, agricultura familiar e a produção de alimentos para o povo brasileiro, hoje a terra enche os bolsos dos grandes latifundiários e multinacionais, como as plantações de eucaliptos, cana-de-açúcar e soja, expandindo cada vez mais as fronteiras agrícolas, devastando e transformando em carvão nossa Amazônia e outras áreas de reserva ambiental.

Neste sentido a JS/PDT convoca “as juventudes do Brasil” da cidade e do campo a solidariedade militante ao MST, pois não podemos aceitar calados as ações daqueles que somente enriquecem as custas da miséria da nação e de nosso futuro.

Saudações Socialistas!


Luizinho Martins
Direção Nacional da JS/PDT

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