Dilma diz que "demonizar" Sarney é caminho para a "pizza"
YALA SENA
colaboração para a Agência Folha, em Teresina
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem que a "demonização" do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), é uma tática para que os escândalos da Casa terminem em "pizza". Em Teresina (PI), a ministra disse que o governo é a favor de "apurar", e não de "demonizar".
"O que o governo discorda de forma taxativa é de atribuir problemas estruturais que duram mais de 15 anos, se não me engano, e que envolvem grande número de pessoas, e atribuir o problema a uma única pessoa. Esse é o caminho mais curto para a pizza", afirmou Dilma.
"[Se] pegar uma pessoa e atribuir a ela toda a responsabilidade e afastá-lo, no dia seguinte tudo é esquecido e todas as outras questões entram para o debaixo do tapete", disse.
A ministra disse também que "há interesses políticos" na queda de Sarney e que os adversários podem estar querendo dar "um golpe".
"Por trás de alguns há interesse político, já que querem ganhar no tapetão. Há interesse político de chegar no caminho mais perto de tentarem um golpe. E aqui falo de não ser eleito no voto secreto e direto e um golpe de tentar encurtar o caminho do voto, utilizando outros expedientes", afirmou.
Dilma concedeu entrevista após fazer balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Piauí, que terá investimento de R$ 11,6 bi.
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