Governistas fecham acordo com oposição para Mercadante ir à Câmara (Postado por Erick Oliveira)
Um novo requerimento sobre o convite ao ministro ainda será apresentado. Mercadante será chamado para falar de hackers, mas a oposição aproveitará para questioná-lo sobre o suposto envolvimento no dossiê dos "aloprados", como ficou conhecido o episódio envolvendo a prisão em flagrante, em 15 de setembro de 2006, de militantes do PT.
Firmado com o aval dos deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Jorge Boeira (PT-SC) e Anthony Garotinho (PR-RJ), o acordo com a oposição prevê ainda o convite à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para falar de tema ainda a ser definido. Tanto Mercadante quanto Ideli são citados em reportagem da revista “Veja” como supostos envolvidos no caso do dossiê dos “aloprados”, nome dado ao episódio da compra por petistas de um suposto dossiê com informações falsas contra o ex-governador de São Paulo José Serra.
A disposição dos parlamentares governistas contraria orientação do Planalto, que considera suficiente as explicações apresentadas por Mercadante nesta terça (28) no Senado e tem relação direta com o impasse gerado pelo Palácio do Planalto na liberação das emendas parlamentares de 2009, os chamados restos a pagar.
Questionado sobre qual o motivo para apoiar a iniciativa da oposição, o deputado petista Jorge Boeira argumentou que Mercadante não teria nenhum motivo para não comparecer na comissão. Já em relação aos restos a pagar, Boeira avaliou que a presidente Dilma “vai ter que renovar” o decreto que invalida nesta quinta (30) as emendas de 2009.
“Tenho convicção de que ele [Mercadante] vai vir sem problema. Sobre os restos a pagar, a presidente vai ter que renovar. Não tem jeito”, disse Boeira.
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) argumentou que o acordo com a oposição não envolve o comprometimento direto de Mercadante em comparecer à Câmara. “Estou dizendo que vamos apoiar o requerimento, mas não posso garantir aqui que o ministro virá”, disse Cunha.
Perguntado se a disposição dos governistas em manter Mercadante na pauta da comissão teria relação com as emendas, Cunha negou. “Foi por causa disso que concordei em votar na semana que vem. Para não dar conotação com as emendas”, justificou.
Principal líder da oposição na Comissão de Fiscalização e Controle, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) deixou a comissão surpreso com a “tabelinha” formada pela oposição com os deputados governistas.
“Isso aí é para mandar recado para o Planalto. Nunca vi. Eles até assinaram junto o nosso requerimento para chamar a Ideli. Não tem jeito, pelo visto a Ideli vai ter que ficar rebolando uma semana nessa questão das emendas”, ironizou Francischini.
O acordo entre governo e oposição ocorreu um dia após líderes da base governista ameaçarem paralisar as votações para garantir a liberação de emendas parlamentares.
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