Senadores defendem reforma do Conselho de Ética
Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado poderá analisar nesta quarta-feira (25) a proposta de extinção do Conselho de Ética da Casa.
No entanto, os parlamentares que defendem a abertura de investigação contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), são contrários com o fim do colegiado.
"Nós somos contrários à extinção do conselho.
Vamos trabalhar para instituir um modelo de composição mais adequado, que diminua a interferência no processo de investigação", afirmou José Nery (PSOL-PA).
"Nós não devemos acabar com o conselho.
O que ele deve é ser implantado e constituído junto com as demais comissões da Casa, e não como ocorreu este ano, quando ele foi criado em meio à crise do Senado.
Também temos que mudar a forma de constituição do Conselho de Ética", completou Renato Casagrande (PSB-ES).
Os dois senadores participaram de uma reunião na manhã desta terça, na qual decidiram recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o arquivamento das representações contra Sarney pelo Conselho de Ética.
Todas as acusações contra o peemedebistas foram arquivadas inicialmente pelo presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ).
Um recurso foi apresentado e a decisão de Duque foi analisada pelo plenário do conselho.
Por meio da votação (nove a seis), as representações e denúncias foram arquivadas em definitivo pelo órgão.
Na última quinta, um recurso assinado por 11 senadores de sete partidos foi apresentado à Mesa Diretora.
Pelo documento, os parlamentares pediam que o arquivamento fosse reavaliado pelo plenário do Senado.
A Comissão Diretora rejeitou o recurso.
Projeto de resolução
Para tentar alterar o formato do Conselho de Ética, os senadores defenderão mudanças no projeto de resolução apresentado pelo senador Tião Viana (PT-AC), que deverá ser analisado pela CCJ.
Em vez de acabar com o conselho, os parlamentares querem redefinir as regras para sua formação.
Em sua atual composição, a oposição conta com apenas cinco votos dos 15.
A eleição de Paulo Duque para a presidência foi cercada de críticas dos opositores de Sarney, que apontaram o segundo suplente peemedebista como integrante da 'tropa de choque' destinada a blindar o presidente do Senado.
Duque é o segundo suplente do governador do Rio, Sérgio Cabral.
Os três votos petistas no conselho foram determinantes para o arquivamento das ações.
O presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), redigiu uma carta orientando os integrantes do PT a votarem pelo arquivamento.
* do UOL Notícias
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