PSDB nacional está "preocupado" com racha em São Paulo, diz Guerra
Folha Online
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse ontem que preocupa a situação da disputa tucana em São Paulo, que ameaça deixar o partido dividido após a convenção do próximo dia 22. O partido decidirá entre a manutenção da aliança com o DEM, tendo o prefeito Gilberto Kassab como candidato, ou a candidatura própria do tucano Geraldo Alckmin.
"A gente está preocupado com essa convenção. A gente quer que essa convenção signifique unidade, não outra coisa", disse Guerra, acrescentando que o comando nacional tucano apóia o encaminhamento dos diretórios municipal e estadual para que seja evitado o confronto na convenção.
O presidente do diretório paulistano do PSDB, José Henrique Reis Lobo, porém, considera real a possibilidade de o PSDB "sair ferido mortalmente" diante a disputa entre os tucanos aliados do governador José Serra, aliado de Kassab, e os alckmistas. Lobo ameaça até renunciar ao cargo.
Guerra tenta minimizar o tamanho do problema em São Paulo, quando indagado se o racha de agora pode virar um problema maior, como suspeita Lobo. "Acho que não, acho que a coisa vai se resolver", disse.
Guerra esteve em Belo Horizonte para conversar com o governador tucano de Minas, Aécio Neves, que voltou a dizer ontem que ele e o prefeito petista da capital mineira, Fernando Pimentel, estarão juntos na sucessão municipal, apesar de a direção nacional do PT tentar impedir essa união, que se daria em torno de uma candidatura do PSB.
Guerra criticou o PT nacional por não querer o PSDB na aliança municipal, afirmando ser a sigla petista o "partido paulista", no sentido de não ter visão nacional.
"É uma atitude defensiva, não democrática de um partido que não tem a compreensão nacional que deveria ter. Vocês [imprensa] disseram que o PSDB era um partido paulista, porque seria incapaz de compreender o Brasil. Na verdade, o PT está se demonstrando um partido paulista na medida que não tem capacidade de entender o que se processa aqui em Minas, no sentido mais amplo, e em Belo Horizonte, em particular", disse.
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