PSDB diz que foi procurado antes por ex-diretora da Anac
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, disse à Folha que Denise Abreu, ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o procurou há cerca de "dois a três meses" para fazer denúncias contra a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
"Ela me procurou dizendo que estava sendo perseguida e queria se defender. Só que na época avaliamos que estava faltando liga, provas, e sugerimos que ela deveria buscar a imprensa. Acho que foi o que ela fez", afirmou Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Denise Abreu acusa Dilma e a secretária-executiva da pasta, Erenice Guerra, de pressioná-la a não exigir documentos que atestassem a capacidade financeira dos compradores e a origem do dinheiro dos sócios da Volo do Brasil. A lei limita em 20% a participação de estrangeiros em empresas aéreas.
Segundo o senador, ele teve um primeiro encontro com Denise Abreu, quando disse que gostaria de conversar com ela na presença de outros dirigentes do partido.
Uma segunda reunião foi agendada na sua casa, em Brasília, com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o vice executivo do partido, Eduardo Jorge.
Na conversa com os tucanos, Abreu relatou ter tido conhecimento de que o governo teria produzido um dossiê contra ela, com supostas contas suas no exterior.
A ex-diretora da Anac dizia suspeitar que Erenice estaria por trás da operação. Para se defender, disse aos tucanos que iria revelar as pressões de que fora alvo.
Guerra disse, porém, que em nenhum momento o PSDB montou uma operação para atacar a ministra. "Foi ela quem nos procurou, não tem nada de fogo inimigo da nossa parte. Agora, as denúncias são graves, se forem apresentadas provas, temos de ir fundo no caso."
O presidente do PSDB ainda não defende a criação de uma CPI para o caso. "Não podemos repetir os erros da CPI dos Cartões Corporativos. Temos de ter foco, primeiro ouvir os depoimentos da próxima semana no Congresso." Abreu foi uma das 12 pessoas convidadas a depor em comissão do Senado.
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