Reza a crendice popular que a sexta-feira, quando cai no dia 13, é uma data de má sorte. Com o neo-senador Wilder Morais (DEM-GO) sucedeu algo diferente. Todo o azar que acontece aos outros converte-se na sorte do substituto do senador cassado Demóstenes Torres.
Wilder encontrava-se em férias quando lhe chegou a notícia de que o Senado expurgara Demóstenes dos seus quadros. Graças ao infortúnio do amigo de Carlinhos Cachoeira, o suplente Wilder herdou seis anos e meio de mandato sem dispor de um mísero voto.
Na última sexta-feira, dia 13, Wilder passou pelo Senado como um raio. Dirigindo-se a um plenário ermo, jurou respeitar a Constituição. E o 4o secretário da Mesa diretora, senador Ciro Nogueira (PP-PI), declarou-o “empossado”.
Entre o juramento e a posse, consumiram-se três minutos. Já na pele de senador, Wilder retomou suas férias. Absteve-se de comparecer às sessões deliberativas de segunda (16) e de terça (17). Nesta quarta (18), o Senado fechou para o recesso do meio de ano. As fornalhas só serão reativadas em agosto.
Pois bem. Numa evidência de que não veio ao mundo por azar, Wilder será aquinhoado pelo Senado com um contracheque de R$
16,3 mil pelos serviços prestados à República no mês de julho.
O salário de um senador é de R$ 26.723,23. Cioso, o Senado informa que só vai pagar ao seu novo membro a fração correspondente aos dias posteriores à posse. Considerando-se que Wilder, cumpriu apenas três minutos de ‘expediente’, conclui-se que cada minuto de Wilder, o venturoso, custa R$ 5,43 mil do suor do contribuinte, eterno azarado.
Como se vê, se o Senado fosse feito à base de lógica e respeito, faltaria material. Ali, o dinheiro público é gasto como se fosse dinheiro grátis.
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