'Não existem provas', diz advogado do deputado Pedro Henry (Postado por Lucas Pinheiro)
No dia 2 de agosto, o Supremo Tribunal Federal começa a analisar se condena ou absolve os envolvidos no suposto esquema, que, segundo a Procuradoria Geral da República, consistiu no desvio de recursos para o pagamento de propina a políticos em troca de apoio ao governo no Congresso.
Líder do PP em 2005, Pedro Henry é acusado de participar das negociações que levaram ao repasse de R$ 3 milhões ao partido, supostamente em troca de apoio na aprovação de projetos de interesse do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a defesa do parlamentar, ele só tratava de “negociações políticas”, e não tinha conhecimento da origem do dinheiro recebido pela legenda.
“Ele não tratava de assuntos financeiros. Não tinha qualquer tipo de ligação com assuntos financeiros”, afirmou o advogado José Antonio Duarte Álvares.
Veja os principais trechos da entrevista com o advogado:
G1- O deputado Pedro Henry não está falando com a imprensa. É uma estratégia da defesa?
José Antonio Duarte Álvares - Ele não está falando para não ficar se expondo. Os réus têm que arcar depois com as decisões que vão ser tomadas pelo Supremo. Mas se expor agora – principalmente o Pedro Henry, que é deputado – não é indicado. Aqueles que estão fora do mandato acho que podem se pronunciar como pessoas normais. Mas o Pedro Henry é uma pessoa pública. Então é melhor que ele se omita e aguarde o julgamento.
G1- Qual é sua expectativa para o julgamento?
Álvares - A gente vem se preparando tem anos, desde a sustentação que fizemos com relação à denúncia, que foi acatada pelo STF e durante toda a instrução e todas as testemunhas. A minha expectativa é muito boa. Não existem provas substanciais que possam comprovar as acusações.
G1- Ele é acusado de negociar o recebimento pelo PP de R$ 3 milhões do chamado "valerioduto". O que o senhor tem a dizer sobre essas acusações?
Álvares - Ele não tratava de assuntos financeiros. Não tinha qualquer tipo de ligação com assuntos financeiros. O José Janene [tesoureiro do PP na época do mensalão] disse que ele não sabia nada. Ele era líder do partido, tratava de assuntos políticos. Não teve qualquer participação na entrega dos recursos.
G1- Como ele ficou sabendo desse dinheiro?
Álvares - Ele não sabia desse dinheiro, da origem. Ele só ficou sabendo disso quando isso foi divulgado para todos. Só quem sabia disso era o José Janene, que era tesoureiro do partido.
G1- Esse dinheiro era destinado a que?
Álvares - Esse dinheiro que entrou foi para pagamento de um advogado de defesa de um deputado que tinha pendências na região Norte do país. Como existia a possibilidade de uma coligação do PP com o PT nessa região, o PT assumiu o pagamento das despesas com honorários advocatícios. Mas isso tudo, de onde veio o dinheiro e para quê, ficou-se sabendo depois.
G1- O mensalão existiu?
Álvares - Não houve esse link de recurso para o partido, para votação. Não se provou esse link de dinheiro para integrantes do partido para votação. Os projetos polêmicos, como o da Previdência, a posição do Pedro Henry e do partido já eram declaradas antes, há muito tempo. O PP já era favorável a esses projetos. Não houve mudança de pensamento do PP do governo do Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para o governo Lula. Eles [o PP] eram aliados da base, mas tem vários projetos que o PP votou contra.
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