quinta-feira, 26 de janeiro de 2012





PMDB isola líder, que perde apoio para presidência da Câmara 



Portal Terra

Ana Cláudia Barros e  Marina Dias
A demissão do diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Elias Fernandes, deflagrou uma crise entre os caciques do PMDB e o líder do partido na Câmara, deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN). Segundo dirigentes peemedebistas, o líder passou dos limites ao afrontar a presidente Dilma para manter seu afilhado à frente do cargo.
"Henrique extrapolou e colocou tudo dele em risco. Desagradou à presidente ao ameaçar o governo, dizendo que Dilma estava dando tratamento diferente ao Fernando Pimentel (ministro do Desenvolvimento), sua menina dos olhos", declara um integrante do alto escalão peemedebista.
Para ele, o líder pode até perder sua indicação à presidência da Câmara em 2013, como era previsto em acordo de revezamento no cargo com o PT. "O Henrique é candidato à presidência da Câmara em 2013. O PMDB só não elege o Henrique", provoca o dirigente.
A indicação de Elias Fernandes não foi unânime no PMDB, pelo contrário, foi "pessoal" do líder na Câmara, dizem integrantes do alto escalão do partido. Caciques do PMDB do Nordeste avaliam que indispor o partido inteiro com o governo em razão do afilhado de um único parlamentar foi "desnecessário".
Demissão
Elias Fernandes pediu demissão nesta quinta-feira (26), após relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontar um desvio de R$ 192 milhões em obras durante sua gestão. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o líder do PMDB saiu em defesa do diretor e afirmou que o governo não poderia "brigar" com o maior partido do Brasil.
"Se fosse assim, o Fernando Bezerra (Integração Nacional) tinha sido demitido; o Fernando Pimentel (Desenvolvimento) tinha sido demitido; Mas não. (...) Eu quero o mesmo tratamento ao representante do meu partido no Dnocs", disse Alves.
As declarações só pioraram a situação do diretor ligado ao PMDB. Sua saída foi pedida pelo Palácio do Planalto depois que Alves desafiou o governo a demitir seu apadrinhado. Mesmo assim, caciques peemedebistas garantem que a relação do PMDB com o governo está "normal". "Esse episódio não estremeceu nada, foi mais uma loucura do Henrique. Ele não tem legitimidade para falar em nome do PMDB. Ele está isolado".
Henrique Eduardo Alves narrou em seu Twitter toda a articulação para o pedido de demissão de Fernandes. Afirmou, no microblog, que conversou com seu afilhado político por telefone e que ele o informara de que, após uma reunião com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, havia decidido que o melhor a fazer era entregar o cargo.
"Elias, agradecendo minha irrestrita solidariedade, pede que eu entenda seu pedido de demissão", escreveu o líder. Para lideranças do PMDB, o episódio serviu para criar "constrangimento" para o vice-presidente, Michel Temer.

Tags: demissão, dnocs, fernando bezerra, michel temer, pedido, pmdb

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