terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Oposição atribui a Serra a ‘estagnação’ nas pequisas (Do Blog do Josias de Souza)

Líderes acham que ‘ausência’ de governador ajuda Dilma

No PT, corre o PAC, 'Programa de Aceração da Campanha'



Fábio Pozzebom/ABr



As últimas pesquisas eleitorais alagaram de desânimo os subterrâneos da oposição. Em privado, o presidenciável tucano José Serra está de críticas pelo pescoço.



Deve-se ao avanço de Dilma Rousseff nas pesquisas a enxurrada de reparos dos aliados ao comportamento de Serra.



Dissemina-se nos três partidos oposicionistas –PSDB, DEM e PPS— e no bloco dissidente do PMDB a avaliação de que Dilma achega-se a Serra nas sondagens eleitorais por duas razões:



1. A superexposição que lhe é proporcionada pelas cerimônias públicas em que um Lula ultrapopular a exibe sem constrangimento aos eleitores.



2. A relutância de Serra em assumir-se aberta e francamente como candidato, arregaçando as mangas e fixando um contraponto a Dilma.



Formou-se nos arredores de Serra um denso consenso: nessa fase pré-eleitoral, o país assiste à campanha de uma candidata só.



Dilma desfila solitária sobre o tapete metafórico que Lula estendeu para ela. A pretexto de se dedicar à gestão de São Paulo, Serra foge do contraditório.



Para complicar, o PT pôs em prática uma estratégia agressiva. Uma liderança do partido ouvida pelo repórter brincou: “Está em curso o PAC Eleitoral”.



É uma espécie de “Programa de Aceleração da Campanha”, o grão-petê explicou ao blog, entre risos.



Enquanto Serra empurra sua definição para o final de março, o petismo se prepara para oficializar o nome de Dilma daqui a duas semanas.



O PT planeja esfregar na indefinição de seus rivais um programa de governo. Está quase pronto. Coordena-o Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Lula.



Sabe-se que programa, sozinho, não ganha eleição. Mas a idéia de Lula e do PT é a de realçar o fato de que os adversários de Dilma "não tem projeto".



De resto, em contraposição à hesitação de Serra, avança a composição do comitê de campanha de Dilma.



A preferida do presidente já dispõe de marqueteiro: João Santana, o mesmo que fez a campanha reeleitoral de Lula, em 2006.



Dilma já conta também com uma trinca de coordenadores. São eles: José Eduardo Dutra, que assume a presidência do PT neste mês...



...Antonio Palocci, cuja passagem pela pasta da Fazenda rendeu contatos com o empresariado que vai retirar de suas caixas registradoras as verbas para a campanha...



...E o ex-prefeito de BH, Fernando Pimentel, velho amigo de Dilma e versado nas artimanhas da política de Minas, segundo maior colégio eleitoral do país.



E quanto à oposição? Ouvidos pelo repórter, três aliados de Serra reconheceram que não há em volta do candidato tucano senão dúvidas e descoordenação.



As críticas são feitas longe dos gravadores. Receia-se que, submetido a pressão pública, Serra responda com mais delonga, não com a ação que todos reivindicam.



Entre as queixas feitas ao candidato tucano está a de que ele teria restringido seus contatos políticos ao pequeno grupo que o cerca em São Paulo.



Demora-se em fechar as costuras que resultarão na formação dos palanques estaduais.



Delega aos mandachuvas da oposição no Congresso as críticas ao governo Lula. Uma tarefa que, na visão de muitos, tem de ser exercida pelo candidato.



Por ora, não há na oposição quem se dê por vencido. Mesmo privadamente, afirma-se que Serra ainda reúne potencial para prevalecer sobre Dilma.



A turma do governador apega-se a dois detalhes: 1) Dá-se de barato que Dilma iria mesmo roçar os 30%, percentual de votos que se atribui historicamente ao PT...



...2) Martela-se o fato de que, a despeito do avanço da candidata de Lula, Serra ainda frequenta as pesquisas com boa margem num eventual segundo turno.



Feitas as ponderações, mesmo os oposicionistas menos pessimistas acham que a sorte de Serra na sucessão depende agora mais dele próprio.



Um cacique do DEM resumiu numa frase o drama da oposição:



“A gente bate no Lula por ter antecipado o processo eleitoral e se esquece de fazer a nossa própria campanha. É ridículo”.

Escrito por Josias de Souza às 05h07

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