sábado, 4 de abril de 2009

Dossiê sobre despesas de telefones do Senado derruba diretor

Em meio às denúncias que atingiram a cúpula administrativa do Senado nas últimas semanas, o diretor da Secretaria de Telecomunicações da Casa, Carlos Roberto Muniz, deve ser afastado do cargo nos próximos dias depois de supostamente apresentar um dossiê que reúne gastos dos parlamentares com telefones. Reportagem do jornal "Correio Braziliense" afirma que o dossiê teria irritado um grupo de senadores por reunir informações defasadas a respeito das despesas telefônicas de cada parlamentar.

A Secretaria de Comunicação do Senado confirma o afastamento de Muniz, mas não revela o motivo que levará o diretor a deixar o cargo. O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), apontado na reportagem como um dos parlamentares citados no dossiê, afirma que o diretor fez apenas um levantamento sobre os celulares utilizados pelos senadores.

O documento teria uma relação nominal de todos os senadores com problemas registrados na utilização dos telefones. Muniz era ligado a Agaciel Maia, ex-diretor do Senado que deixou o cargo após ser acusado de não declarar à Receita Federal uma residência luxuosa em Brasília.

Muniz é responsável por administrar o setor de telecomunicações do Senado, que possui um Orçamento estimado em R$ 18 milhões somente em 2008.

Denúncias

A onda de denúncias contra o Senado surgiu semanas depois da eleição para a presidência da Casa Legislativa, realizada dia 2 de fevereiro, numa disputa velada entre o PT e o PMDB. Os dois partidos entraram em disputa após a vitória de José Sarney (PMDB-AP) sobre Tião Viana (PT-AC) na eleição para a presidência do Senado.

Dois diretores do Senado deixaram seus cargos após as denúncias. Agaciel Maia deixou a diretoria-geral do Senado depois que a Folha revelou que ele não registrou em cartório uma casa avaliada em R$ 5 milhões.

José Carlos Zoghbi deixou a Diretoria de Recursos Humanos do Senado após ser acusado de ceder um apartamento funcional para parentes que não trabalhavam no Congresso.

Reportagem da Folha mostrou ainda que mais de 3.000 funcionários da Casa receberam horas extras durante o recesso parlamentar de janeiro. O Ministério Público Federal cobrou explicações da Casa sobre o pagamento das horas extras trabalhadas no recesso.

A senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), líder do governo no Congresso, é acusada de usar em março parte da cota de passagens do Senado para custear a viagem de sete parentes, amigos e empresários do Maranhão para Brasília. Por meio de sua assessoria, a senadora disse que nenhum dos integrantes da lista de supostos beneficiados com as passagens viajou às custas do Senado.

No lado oposto, veio à tona a informação que Viana cedeu o aparelho celular pago pelo Senado para sua filha usar em viagem de férias ao México.

Folha Online

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