FH ironiza Lula e diz ter saudade dos militares (Tribuna da Imprensa)
RECIFE - "Ai, que saudades do governo militar, quando eu podia falar!" Essa foi a resposta de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) à afirmação do presidente Lula de que tem "[ex-]presidente que fala demais". O petista havia feito este comentário segunda-feira, em Recife. No mesmo dia, em eventos e no programa "Roda Viva", da TV Cultura, o tucano criticou a corrupção no governo federal. Ontem, em seminário em São Paulo, ele repetiu as acusações.
"A corrupção é endêmica. A diferença [entre a minha administração e a atual] é de atitude: não posso dizer que não teve, mas garanto que não compactuei com ela. Nunca passei a mão na cabeça de corrupto [ao contrário do presidente Lula]."
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) também voltou a criticar o governo Lula e rebateu declarações do presidente, que disse não entender a razão pela qual o senador tem agredido o governo. Jarbas disse que não é contra programas de transferência de renda, mas contra o governo utilizá-los para fins eleitorais.
Aníbal também ataca Lula
O deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) criticou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reduziu o repasse de março do PFM (Fundo de Participação dos Municípios). Aníbal elevou as críticas ao chamar Lula de "animador de auditório".
O fundo é a transferência de recursos para os municípios de verbas da arrecadação do IR (Imposto de Renda) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). De acordo com o deputado, o segundo dos três repasses de março foi 19% menor do que o previsto pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional).
Ele também afirmou que o corte no IPI é "bondade com chapéu alheio", já que 50% do que foi arrecadado pelo imposto seria mesmo destinado aos municípios. "É uma situação lamentável e dramática. Enquanto isso o governo cortou o IPI para aumentar a venda de carros novos, sem considerar que 50% do arrecadado por este imposto vai para os municípios", afirmou o parlamentar.
Segundo Aníbal, o corte nos repasses é uma "irresponsabilidade do governo" porque seriam os municípios os "verdadeiros responsáveis pelos postos de saúde, pelas escolas e pela alimentação nas creches".
Aníbal concluiu chamando o presidente de "animador de auditório". "Lula é um animador de auditório, que promete as coisas e depois frustra todo mundo. E o governo reflete bem seu perfil: faz projetos mirabolantes e não realizáveis. Uma mentira", concluiu.
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