terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ligado a Serra, Goldman ironiza a adesão de Kassab a Dilma: ‘Isso não se faz, Arnesto….!’


Vice-presidente do PSDB federal, Alberto Goldman pendurou em seu blog um texto crivado de ironias. “O que dizer do Kassab e da Dilma?”, perguntou no título. Na sequência, disse meia dúzia de palavras sobre o esforço do prefeito de São Paulo para empurrar o seu PSD para dentro do ministério e do projeto reeleitoral da presidente petista.
Amigo de José Serra, que lhe entregou a cadeira de governador de São Paulo em 2010 para dar azo ao azar na sucessão de Lula, Goldman anotou que o vaivém de Gilberto Kassad não lhe causou surpresa: “…Nessa altura da vida eu não tenho o direito de ficar surpreso com qualquer atitude de quem quer que seja.”
Simulando boa vontade, Goldman escreveu que, embora não justifique, até compreende “a rapidez com que o Kassab aderiu.” Atribuiu os movimentos do mandachuva do PSD a “projetos pessoais”. E tomou distância: “Cada um tem o seu caminho, o seu norte. O meu é outro.”
Em timbre lamurioso, Goldman prosseguiu: “Apenas acho que o nosso prefeito –que tanto defendemos na campanha porque consideramos que fez um bom governo –e não renego essa opinião, poderia ter ouvido seus companheiros de jornada.” À neo-aliada do ex-aliado, o chapa de Serra dirigiu três interrogações: “O que dizer da Dilma e seu PT, que massacraram o prefeito durante a campanha e agora o levam para compor seu governo? Merecem algum elogio? Esse governo merece algum respeito?”
De volta a Kassab, Goldman trocou a compreensão pelo deboche. Suas queixas evoluíram para o skindô-skindô: “Como diz o samba do Adoniran Barbosa, o Arnesto nos convidou prum samba, ele mora no Brás… Isso não se faz, Arnesto, nóis num si importa, mas você devia ter ponhado um recado na porta!”
Depois de bater a porta na cara do tucanato, Kassab cruzou o pórtico do Palácio da Alvorada na noite passada. Dilma ofereceu-lhe um jantar. Falaram de ministério e do apoio do PSD em 2014 –uma coisa necessariamente ligada à outra. Nesta terça (13), o prefeito começa a ajeitar as duas coisas numa reunião com sua bancada no Congresso.
José Serra observa a cena fingindo-se de morto. Desde que foi derrotado pelo petista Fernando Haddad, saiu de cena com o fardo da gestão Kassab a pesar-lhe sobre os ombros. Tomou chá de sumiço. Sua última manifestação pública foi uma nota veiculada em 28 de outubro no Twitter: “Saio desta disputa revigorado e com mais energia do que quando iniciei a campanha. Vamos em frente!”
Não se sabe o que Serra enxerga à sua “frente”. Mas está entendido que Gilberto ‘Arnesto’ Kassab agora dedica-se a lançar-lhe bolas pelas costas.

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