quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cachoeira recebia 30% de faturamento da quadrilha, diz senador (Postado por Lucas Pinheiro)

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou nesta quinta-feira (10) que o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, recebia 30% do faturamento mensal da quadrilha de jogo ilegal investigada pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

De acordo com Randolfe, a informação foi dada pelo delegado da PF Matheus Mella Rodrigues, responsável pela operação.O delegado presta depoimento nesta quinta à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar o elo de Cachoeira com políticos e empresários.

"O Carlos Cachoeira ganhava 30% do faturamento de R$ 1 milhão a cada 30 máquinas caça-níqueis [por mês]", disse o senador.

O G1 deixou recado para a defesa de Cachoeira, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Segundo Randolfe, 30 máquinas caça-níqueis rendiam à quadrilha, em média, R$ 1 milhão ao mês. Com este faturamento, cerca de R$ 300 mil reais eram repassados diretamente a Cachoeira.

De acordo com o senador, o delegado afirmou que mais de 25 malotes com materiais que foram apreendidos nas casas dos investigados ainda não foram analisados pela Polícia Federal. A operação Monte Carlo segue em curso.

Governador
Ainda segundo Randolfe Rodrigues, o delegado Matheus Mella Rodrigues afirmou que o governador de Goiás, Marconi Perillo, é citado mais de 200 vezes durante a operação.

"Há pelo menos dois contatos [do Perillo] com o Cachoeira [...] Parabéns pelo aniversário, dois encontros, um jantar na casa do Demóstenes", disse o senador.

O G1 falou com a assessoria de imprensa do governo de Goiás, que não deu uma resposta até a última atualização da reportagem. Perillo já havia admitido que conhecia Carlinhos Cachoeira, mas negou que tivesse relações com o grupo do bicheiro. As declarações foram dadas pelo governador quando vieram a público as denúncias de que ele aparecia em conversas com Cachoeira.

Em nota enviada à coluna de Merval Pereira, de "O Globo", na tarde desta quinta, a assessoria do governador afirmou que transcrições das gravações da Operação Monte Carlo foram usadas para "alimentar ilações grotescas, ilusórias e delirantes" sobre a influência no governo de Goiás do grupo de Cachoeira.

Lavagem de dinheiro
O delegado Matheus Mella é o segundo a prestar depoimento na CPMI. De acordo com o que relatou mais cedo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o delegado seguiu um roteiro, mas não leu o depoimento. Segundo parlamentares que integram a comissão, ele disse que a Operação Monte Carlo ainda está em curso e realizou 250 mil horas de gravações telefônicas.

Segundo Teixeira, o delegado afirmou que a quadrilha de jogo ilegal comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira mantinha empresas no exterior para lavar o dinheiro do esquema. O deputado afirma ele que o delegado citou uma empresa sediada no exterior e um bingo com endereço em uma das ilhas britânicas, a ilha de Curaçao, perto da costa venezuelana.

Teixeira relatou que, segundo o delegado, as empresas estavam em nome de laranjas. "Ele falou das empresas que atuam e atuavam como fachada para limpar esse dinheiro. Falou do nome das empresas, quem operava essas empresas, que eram todas operadas por laranjas, com procuradores que podiam movimentar essas contas", disse o deputado.

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