segunda-feira, 30 de abril de 2012

Gravação indica que dono da Delta sabia de negociação com Cachoeira (Postado por Lucas Pinheiro)

Conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal indicam que o presidente licenciado da construtora Delta, Fernando Cavendish, tinha conhecimento da forma como o ex-diretor Claudio Abreu conduzia os negócios da empresa no Centro-Oeste e negociava com
o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O advogado de Cavendish nega que ele soubesse da forma de atuação de Abreu.

Claudio Abreu foi preso na semana passada por suspeita de tentar fraudar uma licitação. Segundo a Polícia Federal, ele seria integrante do suposto esquema de corrupção comandado por Cachoeira.

Na semana passada, a Delta divulgou comunicado em que afirma ter sido envolvida no escândalo por “atos” do diretor afastado e que a empresa desconhecia esses atos. No entanto, em uma gravação revelada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, Claudio Abreu relata a Cachoeira que Cavendish o orientou a ter “cuidado” porque estaria sendo muito “visado” pela imprensa.

Abreu pergunta se deveria recuar, mas a é resposta é: “Não. Apenas tomar cuidado.” O advogado de Fernando Cavendish, José Luís de Oliveira Lima, disse que seu cliente nunca teve essa conversa com Claudio Abreu. “Fernando Cavendish jamais deu esta orientação ao seu ex-diretor da região Centro-Oeste”, afirmou.

Pedidos de convocação de Cavendish, Claudio Abreu e Cachoeira lideram os requerimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar o elo do bicheiro com políticos e empresários. Se os pedidos forem aprovados pela CPMI, os dirigentes da Delta terão que explicar as relações com o contraventor, preso em fevereiro pela PF sob a suspeita de comandar uma quadrilha de jogo ilegal.

Deputado
O deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) também está sendo cobrado a se explicar. Novas gravações telefônicas de conversas de Leréia com Cachoeira levaram o PSDB a falar em expulsão, caso o deputado não consiga esclarecer a relação com o bicheiro.

Em conversa gravada no dia 19 de abril do ano passado, Cachoeira passa a Leréia o código de segurança do cartão de crédito dele e autoriza o deputado a gastar.

“Se entrar na minha conta pessoal do cartão, ele só pede o código de segurança. É 9331”, diz Cachoeira. “O cartão eu vi aqui”, responde Leréia.

“Exatamente. A senha... A senha do código de segurança é 9331”, afirma o bicheiro. “Então está bom! Aí é bom que pode gastar seu dinheiro aqui, então”, diz o deputado no telefonema. Leréia foi procurado, mas não foi encontrado. O G1 deixou recado no celular do assessor do deputado, que não respondeu até a publicação desta reportagem.

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