Líder do governo no Congresso diz se sentir 'culpado' por crise na base (Postado por Erick Oliveira)
"Se as coisas não estão acontecendo, o culpado sou eu. Eu estou fazendo o que posso, mas todos nós somos culpados”, disse o líder do governo. Ele afirma não ter recebido nenhum pedido por parte da presidente Dilma Rousseff para agilizar as votações no Congresso.
Nesta semana, partidos da base aliada impediram a realização de votações na Câmara dos Deputados para demonstrar insatisfação ao governo por conta da demora na liberação de emendas parlamentares e mudanças em ministérios após denúncias.
O líder do governo no Congresso é responsável por acompanhar temas que são analisados conjuntamente pela Câmara e Senado, como tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do Orçamento da União. Também representa o governo em comissões mistas do Senado e da Câmara e em discussões de interesse do governo.
Para Mendes Ribeiro, está "faltando conversa" no Congresso. "Está faltando política para todo mundo. Talvez esteja faltando conversa. São dificuldades que temos. Eu tenho me esforçado para conversar, mas alguns não querem ouvir. Há uma dificuldade política no país e isto também resulta na crise”, afirmou o líder.
Na noite desta quinta-feira (11), o vice-presidente Michel Temer, disse em São Paulo, que não há crise na base aliada. Mais cedo, Temer criticou a ação da Polícia Federal que prendeu integrantes do Ministério do Turismo, entre eles um ex-deputado de seu partido, o PMDB, e pediu mais diálogo entre o Congresso e o governo federal.
O líder do governo no Congresso admite que as denúncias envolvendo ministérios suspeitos de irregularidades auxiliaram na falta de acordo entre os partidos. Além do PMDB, implicado após prisões no Ministério do Turismo, há denúncias na Agricultura, também liderada pelos peemedebistas, e nos Transportes. O PR é um dos partidos mais insatisfeitos e já ameaça, inclusive, deixar a base do governo na Câmara.
Projetos como a emenda 29, que fixa os percentuais a serem investidos anualmente em saúde pela União, por estados e municípios, e a PEC 300, que fixa um piso salarial para policiais em todo o país, estão entre as principais divergências entre parlamentares e governo.
O governo, segundo Mendes, não abre mão de manter as restrições financeiras, que poderiam ser prejudicadas casos projetos como esses sejam aprovados. A PEC 300 ainda não tem prazo para votação, mas a emenda 29 foi colocada como uma das prioridades pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), na reunião do conselho de líderes desta semana.
“ Estamos em um ano difícil, vivendo um ano de recessão. O governo tem sido forte no combate à recessão e esse calendário não está sendo respeitado [no Congresso]. Precisamos que as coisas se coloquem claramente. A presidente já disse que não aceita uma nova tributação, nem que seja para ajudar na saúde. A PEC 300 temos uma pressão forte de governadores. São assuntos complicados”, disse o líder.
Quanto à liberação de emendas parlamentares, o líder afirmou que é natural que haja pressão, especialmente pela proximidade das eleições municipais, que ocorrem no próximo ano. Segundo ele, as emendas serão liberadas “naturalmente”. “As emendas são extremamente importantes e elas devem ser liberadas naturalmente”.
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