Lula liga PSDB a Hitler e responde a ataques de FHC
Dilma: tucanos são forças do passado, patéticas e desconexas
PCdoB/Divulação
De volta ao Brasil, Lula retomou o seu projeto político prioritário: a antecipação do calendário eleitoral de 2010.
Acompanhado de Dilma Rousseff, sua candidata, o presidente compareceu, na noite passada, ao 12º Congresso do PCdoB. Ambos discursaram.
Um dos participantes do congresso enviou ao blog, por e-mail, o áudio do par de discursos. Em texto levado ao seu portal, O PCdoB concentrou-se em Lula.
Presidente e candidata alvejaram o tucanato. Ele respondeu a críticas que recebera na semana que estivera ausente, em Londres. Ela soou como candidata. A certa altura, Lula acusou o PSDB de utilizar tática nazista. Disse ter manuseado duas manchetes de jornal.
Mencionou o título de uma delas: “Contra Lula, PSDB treina cabos eleitorais no Nordeste”. Não citou o nome do jornal. Mas referia-se a uma notícia veiculada pela Folha na edição desta sexta (6).
Comentou: “É um pouco o que o Hitler dizia, para os alemães pegarem os judeus. Ou seja, vamos treinar gente para não permitir que eles sobrevivam”. Respondeu a um artigo de Fernando Henrique Cardoso, publicado em vários jornais no último domingo.
No texto, FHC comparara Lula aos militares. Anotara que instalara-se no Brasil um “autoritarismo popular”. Tachara o “lulismo” de “subperonismo”. Evocando o prêmio que acabara de receber em Londres –“Estadista do Ano”, concedido pela Chatham House-, Lula afirmou:
“Compreendo o ódio. Um intelectual ficar assistindo um operário, que só tem o quarto ano primário, ganhar tudo o que ele queria ter ganhado e não ganhou por incompetência é difícil”.
Ouviram-se palmas, que evoluíram para a ovação. E Lula: “Tem presidente que foi estudar dois, três anos lá fora. Eu não”. Mais adiante, citou o nome de seu detrator: “O Fernando Henrique Cardoso, eu tenho a convicção absoluta, que ele tinha certeza que nós seríamos um fracasso...”
Tinha certeza de “que ele poderia voltar por conta do meu fracasso. É isso que magoa. Então, eu lamento, porque o mundo não deveria ser assim. A gente, quando perde uma coisa, a gente tem que torcer para o outro fazer".
Noutro trecho, Lula soou como se respondesse a Caetano Veloso. O compositor o chamara de “analfabeto”. Dissera que “não sabe falar, é cafona falando, grosseiro”.
“[...] Essa semana eu fui chamado de analfabeto. E nessa mesma semana eu ganhei o título de estadista do ano. Tem muita gente que acha que a inteligência está ligada à quantidade de anos no colégio. Não tem nada mais burro que isso...”
“...Universidade dá conhecimento. Inteligência é outra coisa. E a política é uma das ciências que exigem mais inteligência do que conhecimento. Inteligência para saber montar equipe, tomar decisões, não está nos livros, mas no caráter e na sensibilidade...”
“...Mas não importa. As pessoas falam o que querem e ouvem o que não querem. A vida é dura”. Noutra frase, Lula misturou Caetano e FHC: “Um país governado por um analfabeto vai terminar realizando um governo que mais investiu em educação...”
“...Vamos terminar nosso governo com 14 novas universidades federais. Estamos fazendo uma vez e meia o que eles não fizeram em um século”. Antes, Lula pedira “atenção” da platéia: “[...] Um estranho no ninho pode desmontar tudo que foi feito em apenas dois anos”.
Pregou a “continuidade” como algo “extremamente importante”. Lamentou a ausência de seu nome na cédula. “Vai ter um vazio na minha cabeça”. E citou Dilma como a pessoa talhada para zelar pela “continuidade”.
A candidata despejou sobre o microfone adjetivos fortes para referir-se aos rivais tucanos. Reforçou a estratégia plebiscitária --“Nós contra eles”—, idealizada por Lula.
Disse que “forças do passado, patéticas e desconexas, usam esmurradas táticas para confundir as pessoas”. Afirmou que o tucanato tenta passar a idéia de que os oito anos de FHC são “semelhantes” aos dois mandatos de Lula.
Arredondou o raciocínio: “Eles morrem de medo de comparar nossos [dois] governos com os deles e os nossos projetos com os deles”.
Declarou que o Brasil de FHC e o de Lula “são países completamente diferentes”. Acha que “o povo brasileiro vai saber julgar no ano que vem”.
Esmiuçou as diferenças segundo a sua ótica: “Vamos mostrar que eles dilapidaram o patrimônio nacional e privatizaram as empresas nacionais”.
Disse que a oposição “não tem moral para falar do nosso governo”. Referiu-se às críticas como “queixumes, resmungos e murmúrios”.
Anteviu um processo eleitoral “duro”. E fez um chamamento à unidade do consórcio partidário que se aninha sob a presidência de Lula:
“As forças progressistas precisam manter a unidade. Não podemos deixar que essa oportunidade de união escape de nossas mãos e das mãos do povo brasileiro”.
Incluiu no pacote da unidade até o PSB de Ciro Gomes: “O Brasil nunca esteve tão bem, mas esse será o maior desafio das forças progressistas...”
“...Nós [do PT], como o PMDB, o PCdoB, o PSB, o PDT, entre outros, teremos que enfrentar esse desafio”.
De resto, Dilma desdenhou da tese oposicionista segundo a qual Lula lidou com a crise a golpes de “sorte”.
“A grande crise que sacudiu o mundo colocou por terra esse argumento de que houve sorte”. A crise foi domada, segundo ela, pela “eficiência do governo”.
Como se vê, a banda da sucessão passa zunindo sob a janela de 2009. Não é como a banda da música. Não canta coisas de amor. Só o PSDB, ainda à toa na vida, não vê.
Escrito por Josias de Souza às 04h31
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial