terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Após renunciar, Renan diz que se sente "mais leve" e que presidência estava "em jogo"

04/12/2007 - 18h24

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) disse nesta terça-feira, pouco depois de renunciar ao cargo, que decidiu abrir mão do comando da Casa para ser julgado como senador --e não como o presidente do local. Renan disse que renunciou ao perceber que a cadeira de presidente é que estava em jogo neste momento --e não as denúncias de que usou laranjas para comprar um grupo de comunicação em Alagoas.

"A acusação não existe. É uma coisa equivocada, para não dizer indigna. Ficou claro que o que estava em jogo era a cadeira de presidente do Senado. Tanto é que o ato contínuo à renúncia foi sobre a sucessão. Mas a ação política é assim mesmo", afirmou.

Renan disse que não renunciou ao cargo durante o primeiro processo de cassação a que respondeu no plenário, no dia 12 de setembro, porque seria um "atestado de culpa" nas denúncias de envolvimento com a empreiteira Mendes Júnior.

"Abdicar do cargo em função dessas inverdades seria concordar com elas. Mas eu devolvi hoje a presidência ao plenário."

O senador disse que está "muito mais leve" com a renúncia e, mais uma vez, afirmou que vai provar a sua inocência nas acusações. "Eu não conheço nenhuma denúncia que tenha qualquer documento contra mim. Eu trago a verdade, vou fazer a minha defesa e tenho absoluta convicção da minha inocência."

Renan disse que teve "honra e orgulho" por presidir o Senado Federal por quase três anos, mas reconheceu que não tinha mais condições políticas de permanecer no comando da Casa Legislativa. "[A presidência] é conseqüência da densidade política. Quando se abre espaço para intrigas, tem que se devolver a presidência ao plenário. Quantos brasileiros não pagaram preços altíssimos por atos não cometidos?", questionou.

Renan evitou comentar a corrida deflagrada no PMDB para sucedê-lo no comando do Senado. O peemedebista evitou sair em defesa de nomes do partido que poderão ocupar o cargo com a sua renúncia. "O melhor nome é aquele que une a bancada e o Senado", desconversou.

Discrição

Renan acompanha, do plenário, os discursos de vários parlamentares contra e a favor da sua cassação. Discreto, o peemedebista ouve de forma atenta as palavras --mas evita circular no plenário para pedir o apoio diretamente aos parlamentares.

A mulher de Renan, Verônica Calheiros, acompanha a sessão da tribuna de honra do plenário em solidariedade ao marido. A sessão que vai julgar o futuro político de Renan já dura mais de três horas. A acusação e a defesa ainda não apresentaram os argumentos no plenário. Somente depois dos discursos de ambas as partes os parlamentares vão dar início à votação.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u351278.shtml

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